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Os Centros Comerciais

Vox Populi

Ouvindo a entrevista ao Radio Altitude do Sr.Presidente da Câmara confirmámos que a primeira tentativa de fazer passar o Guarda Mall tinha tido um timing obrigatório, resultante das duas datas definidas para candidaturas deste tipo de investimentos. Ficou claro, assim, que o tempo, mesmo em prejuízo de alguma qualidade ou da legalidade (já que o infringir o PDM foi fatal), foram a prioridade imposta a este projecto.

Um segundo projecto – o “Forum Theatrum” aprovado pela Câmara em 14/9/2005 – porque os promotores pretenderam utilizar um lote contiguo, aumentando assim a área de construção em 554 metros quadrados, num total de 28.179, viram uma série de questões levantadas, que enchendo de dúvidas o poder politico que tem que decidir estas coisas, teve que esperar mais de cinco meses para que um ofício (digo bem, não é parecer) da CCDR Centro, esclarecesse que o número de lugares de estacionamento se calculava tendo por base a área bruta locável.

De nada valeu estarmos perante um “plano tecnológico”, que recomendaria formas mais ágeis de esclarecer, já para não falar das magistraturas de influência tão em voga.

Aqui, o timing foi desrespeitado, primeiro porque a própria CCDRC tinha trinta dias para responder; segundo porque não sendo vinculativo o parecer, muito menos o ofício, a CMG devia ter decidido em tempo útil, a que aliás estava obrigada.

Bastaria que tivesse submetido ao assessor juridico, o teor dos dois pareceres que acompanharam a proposta, para se esclarecer se havia razões para tanta dúvida.

Agora, que tudo parece rolar sobre rodas, será que novas dificuldades vão surgir quando se falar de acessibilidades, (lembro que como vereador propuz que se aprovasse primeiro o plano viário para a zona), de obrigações do antigo proprietário – os Bombeiros, quanto a acessos da rua do Carvalho para a Av. dos Bombeiros ou, simplesmente, do encargo que vai ser para os cofres municipais a realização de uma rotunda frente à entrada do acesso ao estacionamento do centro comercial?

Espero que haja realismo e que, o que poderia parecer favorecimento de um promotor só porque tem por parceiro a própria Câmara, não seja senão ficção de mentes mais perversas que em tudo vêem intenções malignas e interesses obscuros.

Como ouvimos dizer é à “Economia” que compete definir se há cabimento para duas iniciativas deste género na Guarda. E se vierem a concluir que são demais? E se for a que tem por parceiro a própria autarquia, por ser posterior, a que não pode ser aprovada?

Investir hoje na Guarda continua a ser um acto de coragem.

Por: J. L. Crespo de Carvalho

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