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Os 50 anos do Centro Cultural da Guarda

Hic et Nunc

Foi a 17 de novembro de 1962 que o Dr. Virgílio de Carvalho fundou oficialmente o Centro Cultural da Guarda, com o intuito de promover a educação, a arte e a cultura na cidade e na região, tendo sido adotado o lema “Pela Guarda, Pela Arte e Pela Cultura”.

O Centro, é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, e orgulha-se de ao longo destes 50 anos ser palco de múltiplas atividades, tendo por ali passado milhares de pessoas, algumas, com destaque nacional no campo da música e do teatro, mantendo uma atividade ininterrupta, procurando dar resposta a todos quantos ali estudam, trabalham e colaboram.

Das suas atividades, o destaque vai para o Orfeão que continua a divulgar a nossa música e onde os mais de trinta elementos são dirigidos pelo maestro Gustavo Humberto Delgado, com concertos em catedrais, encontros, participação em efemérides e inaugurações.

O Rancho Folclórico, fundado em 1967, por Afonso Sanches de Carvalho, primeiro Presidente da Assembleia Geral em 1963, clérigo e Homem que foi desta nobre urbe, é mensageiro do Folclore de toda uma região que se estende da Serra da Estrela até à orla raiana. Constituído por mais de 50 elementos, que vestem um traje representativo de antigos pastores e aguadeiras, os novos elementos continuam a praticar a dança da roda, transmitindo uma mensagem alegre, agradável e divertida de uma vivência marcada pela geografia, pelo clima e pelo encanto beirão.

O Conjunto Típico Rosinha nasce um pouco mais tarde, precisamente em 1975, pela mão de elementos de canto do Rancho Folclórico, tem presentemente uma dúzia de elementos, que tocam e cantam música popular e tradicional portuguesa, com a particularidade de em tempo natalício e de Reis, numa verdadeira teimosia saudável, insistirem em manter viva a tradição de o cantar das Janeiras.

O Coro Sénior é outra das valências, conta com cerca de trinta elementos, toca e canta musica da Beira Baixa, popular portuguesa e anima festas e convívios em inúmeras Instituições de Solidariedade e festas. De referir que continua a ser dirigido pela maestrina Andreia Coutinho.

Em atividade permanente está também os 60 – 5 estrelas, que é, nem mais nem menos, que um belíssimo conjunto de 5 elementos que executam na perfeição música dos anos 60.

O Centro Cultural da Guarda possui ainda uma Escola de Música, proporcionando aos seus alunos um ensino de elevado qualidade, seguindo normas e processos pedagógicos, em tudo semelhantes aos ministrados nos conservatórios: Iniciação musical, solfejo, aprendizagem de piano, acordeão, concertina, órgão, guitarra clássica, baixo, bateria, saxofone, violino e, isto sem esquecer, a escola de ballet, frequentada por mais de uma centena de alunos, de vários escalões etários, dirigida pela professora Teresa Pais.

O Centro colabora com o projeto Andarilho e com inúmeras instituições na cidade, no distrito, na região e no país, está de portas abertas para todos quantos queiram aparecer, a todos quantos tenham gosto pela música, e pelo canto.

Assim, vai esta Instituição, que ao longo de décadas tem sido o verdadeiro embaixador itinerante, levando o nome da Guarda e da região a todos os pontos do País e em paragens mais distantes, comemorar os bonitos e invejáveis cinquenta anos de existência.

Num momento de crise, no qual o poder instalado é pouco ou (quase) nada sensível em apoiar a componente cultural, percebe-se que é de todo importante a auto sustentabilidade, mesmo constatando que estamos num país onde milhões de pessoas se entregam, ao associativismo, de forma abnegada e altruísta, estando permanentemente presente o velhinho livro do deve e haver, apostando em manter viva a chama do amor às coletividades, naquela mostra constante do melhor que se faz em cada freguesia, vila, cidade ou região deste cantinho à beira mar plantado.

O Centro Cultural da Guarda não escapa a tudo isto, garantindo apenas de poder dar continuidade a um projeto que visa manter e desenvolver as atividades que tem programadas, obedecendo a parâmetros de qualidade, que teima em manter, ao mesmo tempo que quer comemorar condignamente os 50 anos de uma instituição de referência, pois bem vistas as coisas, não é todos os dias que se apagam 50 velas. Que se celebram as bodas de ouro…

Por: Albino Bárbara

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