Arquivo

Oposição quer Orçamento «exigente» para 2011 na Câmara da Guarda

Joaquim Valente volta a assumir que o reequilibrou das contas é «uma prioridade» para 2011 e garante que os investimentos terão retorno «a médio e longo prazo»

Os vereadores do PSD ainda não foram convidados a dar contributos para o próximo Orçamento da Câmara da Guarda, mas na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira, pediram à maioria socialista que assuma «as dificuldades financeiras» da autarquia e adopte medidas para reduzir o endividamento.

«É preciso um Orçamento exigente para 2011», disse Rui Quinaz, segundo o qual a dívida global do município cresceu 29 milhões de euros entre 2004 e 2009, sendo de 64 milhões nesse ano. «A situação é verdadeiramente dramática, tanto mais que, há cinco anos, a maioria PS tinha assumido a preocupação de baixar o endividamento. É, por isso, importante que os munícipes tenham a noção desta realidade», afirmou. Por isso, para o social-democrata o próximo Orçamento tem que ser de «avaliação da capacidade desta maioria ser capaz de equilibrar as contas». Na resposta, o presidente Joaquim Valente assumiu que essa é uma «prioridade para 2011», acrescentando que a Câmara tem projectos em todos os programas nacionais e comunitários. «São investimentos de que vamos ter retorno a médio e longo prazo», declarou.

O vereador do PSD também manifestou preocupação quanto ao futuro de alguns projectos para a Guarda no próximo Orçamento de Estado. Rui Quinaz pediu mesmo à maioria para «bater o pé» ao Governo e negociar investimentos «importantes» como a construção da Escola Superior de Saúde e da Alameda da “Ti’Jaquina”, além da isenção total de portagens na A23 e A25 e do apoio à concretização da PLIE. Já a compra das instalações da Delphi pelo Ministério da Economia, para criar uma incubadora de empresas ou um pólo tecnológico, será «a contrapartida que a Guarda merece» pelo fecho da fábrica. «É altura de usar as amizades sobejamente propagandeadas e de que não vimos ainda os efeitos», ironizou Rui Quinaz, perante um Joaquim Valente impassível: «Não precisamos de favores da administração central, os nossos projectos são feitos por mérito e pelas nossas capacidades intrínsecas», declarou o autarca.

O atraso no arranque das actividades de enriquecimento curricular nas escolas foi outro assunto em destaque. Ana Fonseca, vereadora independente, eleita pelo PSD, quis saber por que é que esta componente ainda não começou quatro semanas após o início das aulas. Virgílio Bento, responsável pelo pelouro, justificou o atraso com o facto das escolas só informarem a Câmara das opções escolhidas e do número de inscritos em Setembro. «Estamos a ultimar a fase de selecção dos professores, mas não temos ainda uma data para o arranque destas aulas», reconheceu, sublinhando que, para o processo ser mais célere, «o ideal era que os agrupamentos nos dessem em Abril ou Maio a relação dos alunos inscritos». O executivo felicitou ainda a Junta de Freguesia de São Miguel da Guarda pelos 25 anos da sua criação e aprovou a contracção de um empréstimo excepcionado de 1,7 milhões de euros para pagar a quota parte do município da dívida da sociedade PolisGuarda.

Recolha do lixo a concurso

A Câmara da Guarda vai abrir concurso para a recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos na cidade. A concessão é feita por três anos, tendo um valor base de cerca de 1,5 milhões de euros, ou seja, 40 mil euros por mês – menos 12 mil euros que o custo actual. Actualmente, a tarefa compete à empresa Rumoflex, que tem prestado «um bom serviço», disse Gonçalo Amaral. O vereador com o pelouro da higiene, limpeza e qualidade de vida justificou o procedimento com o facto da nova lei da contratação pública limitar a três anos este tipo de contratos. «A Rumoflex está a trabalhar na Guarda há mais tempo, pelo que, legalmente, temos que abrir novo concurso», disse, esperando que a medida permita uma melhoria da recolha de lixo na cidade.

«A tecnologia evoluiu e já há formas mais cómodas, rápidas e baratas de fazer este serviço», adiantou Gonçalo Amaral. De resto, a autarquia quer reduzir o número de pontos de recolha através da colocação de contentores enterrados cujas caixas (para lixo deferenciado e orgânico) têm capacidade para dois mil metros cúbicos de resíduos cada. «Vamos instalar 30 no centro da cidade», revelou.

Luis Martins PSD diz que dívida global do município subiu 29 milhões de euros entre 2004 e 2009

Oposição quer Orçamento «exigente» para 2011
        na Câmara da Guarda

Sobre o autor

Leave a Reply