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Oposição quer gestão única na cultura da Guarda

Vereadores sociais-democratas consideram que coordenação de todos os espaços, incluindo as salas de Gonçalo e Famalicão, deveria ser entregue à Culturguarda

Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda propuseram, na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira, que todos os equipamentos culturais do concelho fossem geridos por uma única entidade, a empresa municipal Culturguarda, responsável pela gestão do Teatro Municipal. A maioria anotou a sugestão, mas adiantou que o modelo adoptado em 2007 era o melhor.

«Há várias estruturas, cada uma com organização própria, o que não faz sentido e gera desperdício de recursos humanos e financeiros, além de uma desarticulação da programação», considerou Rui Quinaz, para quem o objectivo é poupar dinheiro. Referindo-se à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, ao Núcleo de Animação Cultural (NAC), ao Paço da Cultura, ao TMG e aos centros culturais de Famalicão e de Gonçalo, o vereador sustentou que, «havendo uma coordenação especializada, a eficiência seria maior» no funcionamento destes equipamentos. O social-democrata defendeu ainda a concessão a privados do café-concerto do TMG por a sua exploração não ser «vocação do Teatro Municipal». E também a possibilidade das Juntas requisitarem lugares nalguns espectáculos do TMG, a título gratuito, e com transporte assegurado pela autarquia. «Era uma forma de rentabilizar a capacidade das salas com público oriundo das freguesias, que raramente beneficiam da actividade cultural do município», alegou, sublinhando, apesar de tudo, a cultura é «uma área que nos orgulha na Guarda».

Contudo, estas ideias não conseguiram adeptos na maioria. Para o presidente Joaquim Valente, a tese do vereador assenta «nalguma confusão» em relação aos equipamentos: «Só a biblioteca e o Núcleo de Animação Cultural estão dependentes da autarquia. A Culturguarda tem uma estrutura autónoma e os centros culturais de Famalicão e Gonçalo pertencem às respectivas Juntas, que fazem a sua gestão», recordou, encerrando a questão. Por sua vez, Virgílio Bento, vereador com o pelouro, lembrou que a autarquia fez «uma reflexão» sobre os seus equipamentos culturais que originou o actual modelo. «A Culturguarda, que tem uma estrutura autónoma enquanto empresa municipal, é responsável pelo TMG e pela produção de eventos, enquanto o NAC está encarregue de apoiar as colectividades», disse, admitindo, no entanto, que «politicamente, até era capaz de ser interessante ter uma única entidade gestora nesta área».

E como estávamos numa de confidências, Virgílio Bento revelou que, este ano, têm sido as Juntas de Famalicão e Gonçalo a suportar os custos da programação das suas salas, apesar de um protocolo garantir 24 mil euros anuais para o efeito. «Como não temos dinheiro não podemos assumir esse compromisso», disse, respondendo a Rui Quinaz, para quem essas duas freguesias são «privilegiadas e custam dinheiro ao município». Nesta sessão foi ainda apresentado o programa de animação de Natal, orçado em 9 mil euros, que o social-democrata desvalorizou por não haver este ano iluminação alusivas nas ruas comerciais da cidade. «É uma péssima opção, ainda para mais numa capital de distrito. As pessoas não compreendem, até porque a Câmara, em vez de reduzir custos e desperdícios, aumenta as receitas, as taxas municipais e os encargos com o pessoal», criticou, pedindo que esta decisão fosse «reponderada». Na resposta, a vereadora Elsa Fernandes revelou que a medida foi tomada «em sintonia com as Associações Comercial e Empresarial da Guarda».

Luis Martins Virgílio Bento revelou que, por falta de dinheiro da Câmara, têm sido as Juntas a custear programação das suas salas

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