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Opiniões divididas na Feira de São Bartolomeu

Visitantes e expositores apreciam de maneira diferente as modificações introduzidas no recinto e o aumento do número de dias do certame trancosense

Trancoso recebe até sábado a Feira de São Bartolomeu, que se apresenta este ano com um aspecto renovado e conta com um novo espaço de exposições, o Pavilhão Multiusos. No entanto, as alterações suscitadas pela nova disposição espacial do certame e a sua maior duração originaram opiniões diferentes entre os expositores.

A concessionária “A. Brito e Brito”, que expõe pela primeira vez os seus automóveis na feira trancosense, não se mostrou muito contente com alguns aspectos, nomeadamente o aumento do número de dias: «Acho que o período da feira é muito dilatado. Embora o programa seja bom, são muitos dias e as pessoas vêm gradualmente, acho que não se justifica um período tão alargado», considera António Louro, o responsável pelo stand. Quanto às perspectivas de vendas, o optimismo também não mora ali, na medida em que «há muita afluência de público, no entanto, existem poucos contactos. Nota-se que existe crise económica. As perspectivas de vendas são poucas, tanto para mim como para os meus colegas que se queixam do mesmo», garante. Uma opinião corroborada por Carla Praia, da empresa “Dá a Cara”, de São Pedro do Estoril, presente pela segunda vez na feira. O seu expositor está no espaço destinado ao artesanato, mas a empresária acha que esta parte está a ser prejudicada, porque o artesanato está «um bocado afastado do resto da feira», lamenta, sublinhando que este ano «as pessoas têm que se dirigir aqui de propósito para verem as barracas do artesanato, quanto no ano passado tinham que passar pelo artesanato para chegarem às tasquinhas e aos espectáculos». Quanto ao Pavilhão Multiusos, Carla Praia também não acha que o local seja o mais adequado por se encontrar «afastado» de tudo o resto. «Para mim devia estar mais centrado, num local mais estratégico e de passagem e não ter que obrigar as pessoas a percorrer a feira toda para o ver», adianta. Já no que diz respeito ao alargamento da feira para 11 dias, a responsável admite que as vendas vão «diluir-se», com os visitantes a esperarem pelos últimos dias para comprar alguma coisa, «o que acaba por ser pior para o negócio», conta.

A Feira de São Bartolomeu é visitada por gente de todos os pontos do país e, entre estes, as opiniões são um tanto ou quanto diferentes das ideias dos expositores. Rosa Figueiredo, 39 anos, natural de Cedovim, veio a Trancoso pela terceira vez nesta altura do ano e, comparativamente, a edições anteriores mostra-se agradada com o novo aspecto. «Está diferente em relação aos anos anteriores, o que mudou foi para melhor», sublinha, destacando o Multiusos, que «favorece em muito a feira, dá-lhe um outro aspecto, mais moderno». Quanto às queixas dos expositores do artesanato, Rosa Figueiredo não concorda e considera que este sector está «melhor deste lado» do que no local do ano passado. «Aqui circula-se muito melhor e muito mais à vontade», refere. Já Maria do Céu Lopes, 47 anos, natural de Póvoa do Concelho, Trancoso, mas a residir em Peniche, visita a feira anualmente. Mostrou-se bastante satisfeita com as modificações introduzidas este ano, explicando que tais alterações dão um aspecto «mais arrumadinho» à feira. «Encontra-se mais depressa aquilo que se procura. Para mim, está muito melhor», garante, elogiando a estética do Pavilhão Multiusos e as suas vantagens na ajuda à localização na feira. «Uma pessoa dirige-se para lá, sabe onde está, não tem que andar à procura, nem andar no meio daquela confusão. A feira está mais organizada», diz, agradada. Maria do Céu Lopes concorda plenamente com o alargamento do período da feira, pois permite-lhe divertir-se ainda mais. «Quando estamos de férias, gostamos de festas, de nos divertir e esta opção prolonga a animação na vila, o que é bom», explica.

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