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Operações da BT da GNR geram protestos na PSP

ASPP está descontente com a actuação das brigadas da BT da GNR no perímetro urbano da Guarda

O patrulhamento e as operações da Brigada de Trânsito (BT) da GNR na área urbana da Guarda estão a motivar revolta e descontentamento nos agentes da PSP que se sentem desautorizados na sua zona restrita de actuação.

«Os agentes da PSP da Guarda estão indignados por a BT da GNR realizar operações STOP na área restrita da polícia sem qualquer contacto», com a Polícia da Segurança Pública, revela António Amoroso, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP). Estas operações de fiscalização acabam por se «sobrepor muitas das vezes às funções da PSP», queixa-se o agente. «Apesar da BT ter competência de acção e fiscalização em todo o território nacional, é uma falta de ética fazer diariamente essas acções fiscalizadoras dentro do perímetro urbano da Guarda», alerta o dirigente sindical. Até porque esta situação «motiva algumas reacções de descontentamento da população», que se vê assim pressionada por duas forças policiais, lamenta António Amoroso. A única solução é «os comandos dialogarem e chegarem a uma conclusão favorável para os dois lados», constata António Amoroso. O dirigente da ASPP considerou ainda que há falta de respeito profissional neste tipo de actuação porque, «a BT está a intrometer-se na área de uma força policial, neste caso da PSP». Adiantou ainda que «já aconteceu a Polícia da Segurança Pública ter operações programadas para determinados locais que têm de ser abortadas ou transferidas por aí se encontrarem homens e carros da BT».

Para além desta polémica, as operações STOP que a Brigada de Trânsito da GNR realiza ocorrem principalmente nas rotundas onde segundo o artigo 49 do novo código da Estrada é proibido estacionar ou parar veículos nesses locais, mas também assim os condutores são obrigados a parar. «Se a BT tem no distrito da Guarda uma área tão extensa, porque razão vem para a nossa área prejudicando outras superfícies onde poderia estar e ser mais útil?» atira António Amoroso. Para o dirigente, esta actuação afigura-se como «uma desautorização dos próprios agentes que podem ser vistos pela população como elementos incapazes de exercer a função para que efectivamente estão habilitados e são capazes de realizar». Daí o mau estar vivido no seio dos elementos da PSP. «Claro, que isto deve ser resolvido a nível institucional, e o sindicato só pretende alertar as entidades competentes», explica Amoroso.

Segundo o dirigente sindical, ambos os comandos têm conhecimento da situação, que já se arrasta há mais de um ano. No entanto, contactado pelo “O Interior” o comandante distrital da PSP, o subintendente Gonçalves Sampaio preferiu não prestar declarações. Já, o capitão Lourenço da Silva, das Relações Públicas da BT da GNR, em declarações à agência Lusa, disse que estas situações se devem a «falta de comunicação de uma e outra parte». Por outro lado, adiantou não compreender «como é que a ASPP se mete numa matéria que diz respeito as comandos da GNR e da PSP, uma matéria funcional».

Patrícia Correia

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