Muito se tem falado sobre a requalificação da Praça Velha, no coração da Guarda. Há quem se queixe da inclinação do pavimento, com nostalgia de uma pobre e horrorosa calçada e do estacionamento selvagem que ali se praticava, com medo ao gelo. Não percebem a valorização conseguida com a intervenção. É pena!
A Guarda ficou mais bonita, agora. A Sé tem um contexto aprazível, e não abandonado, como antes. O Sancho, coitado, esse perdeu relevo e se o tirassem dali, ter-lhe-iam feito justiça. Colocaram umas manilhas e umas pequenas árvores a que já chamaram de tudo, quando se sabe que têm um carácter provisório e disciplinador, que em nada fere a beleza da praça. Em síntese… melhorou, e muito!
Bem pior, mas ninguém o diz, é que ali tenham posto um “mini-estádio”, que continue um falso verde que nunca lá devia ter sido colado, que a iluminação seja fraca, que não haja animação diária, que não se veja um polícia… e, ainda pior, que não existam caixotes de lixo por toda a praça. É lamentável!
Será que a Câmara quer que as pessoas que por ali passeiam espalhem pelo chão os pacotes de tabaco ou o papel do gelado ou noutros detritos? Será que não sabem que a consciência cívica tem de ser induzida? E que a limpeza de uma cidade deve ser responsabilidade de todos, mas que tem de começar pela capacidade das instituições disponibilizarem meios? Claro que se deambularmos pelo centro histórico, ao vermos o lixo espalhado pelo chão, compreendemos que não há grande preocupação na cidade.
Rui Pereira, Guarda
