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«Obras novas são quase inexistentes, são as pequenas reconstruções que mantêm este setor de atividade»

Entrevista efetuada a Manuel José Almeida Monteiro sócio gerente da empresa Lacabeiras, Lda.

P – O que deu origem a que a empresa Lacabeiras, Lda desenvolvesse a atividade de Lacagem em Fornos de Algodres?

R – A Lacabeiras surge da experiência anterior na serralharia de alumínio na qual eu era empresário em nome individual. Foi esta experiência que me descobrir a necessidade existente neste setor da lacagem que se encontrava em expansão, daí eu iniciar esta atividade em 1994.

P – Qual é especificamente o produto resultante da vossa atividade?

R – O alumínio é recebido em bruto sem qualquer acabamento, a Lacabeiras, simplesmente dá o acabamento em todas as variedades de cores disponíveis no mercado,este sistema que utilizamos é um sistema de pintura electroestática que nos permite dar todo o género de cor sempre com o objetivo de obter a melhor qualidade a nível de acabamento e durabilidade, podemos afirmar que desde 1994 nunca tivemos nenhuma reclamação a este nível.

Em 2009 devido às exigências do mercado foi adquirido equipamento que nos permite fabricar o acabamento em efeito madeira, alargando em mais uma oferta o leque de produtos disponibilizados a todos os nossos clientes.

P – Quais são os vossos clientes?

R – Os nossos clientes são os serralheiros de alumínio com oficinas de caixilharias de alumínio que fabricam na grande maioria portas e janelas para a construção, estes serralheiros são provenientes de zona próximas como, Viseu, Guarda, Oliveira do Hospital , Moimenta da Beira, etc.

P – O Mercado da Construção tem sentido muito a recessão que o país atravessa, qual a perceção que a Lacabeiras tem desta realidade?

R – Neste momento todos os meses os nossos clientes estão a sentir dificuldades que se traduzem numa diminuição das encomendas efetuadas.

Obras novas são quase inexistentes, são as pequenas reconstruções que, mantêm este setor de atividade, permitindo a todas estas empresas a sua sobrevivência.

P – O vosso produto é exportado?

R – Não é por falta de oportunidade, mas era-nos exigido maior investimento o que obriga uma maior capacidade financeira que neste momento é muito difícil de conseguir.

Mas em todo caso e relativamente a este assunto foi-nos proposto exportar para países como: Espanha (ainda vendemos algum produto), Angola, Moçambique e Brasil.

Posso vir a encarar estas situações se a nossa economia continuar no sentido descendente. A continuar assim procuraremos estes mercados alternativos de forma a conseguir manter os postos de trabalho existentes nesta organização e, por conseguinte a nossa sobrevivência.

P – Por parte das entidades locais competentes tem tido algum tipo de apoio?

R – Não temos sentido qualquer interesse por parte de nenhuma entidade com o objetivo de apoiar as pequenas e médias empresas para que nos seja possível ultrapassar as dificuldades com menor esforço.

P – A vossa empresa participou no programa QIPME através da AENEBEIRA, qual a sua opinião sobre este tipo de programas?

R – Considero esta participação neste programa muito positiva pelo facto de conhecer técnicos com conhecimentos mais abrangentes que nos aconselham outras formas de trabalhar tanto a nível de gestão como organização financeira e até mesmo de produção. Relativamente às formações de empresários é pena o programa permitir apenas quatro sessões, porque de facto as sessões foram todas excelentes.

P – Quais as expetativas que a Lacabeiras tem para o futuro?

R – Nesta atividade, como em outras, estamos agora dependentes do contexto nacional, não estando somente nas nossas mãos o sucesso da nossa empresa, no entanto, temos esperança que o nosso país venha a melhorar e que não seja necessário encontrar outros mercados em outros países obrigando-nos a maiores esforços, quer físicos quer financeiros.

Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para manter os postos de trabalho pois, são sete colaboradores e, existe desta forma, uma grande responsabilidade para com todas estas pessoas.

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