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Obras no troço Guarda-Covilhã da Linha da Beira Baixa retomadas em 2017

Presidente da Infraestruturas de Portugal disse no Parlamento que esta intervenção é «prioritária» e que o objetivo é «chegar à Guarda o mais depressa possível»

As obras de modernização da Linha da Beira Baixa entre a Guarda e Covilhã deverão ser retomadas em 2017 para estarem concluídas no final de 2018, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).

Em resposta a questões colocadas por O INTERIOR, o gabinete de Comunicação da empresa adiantou que «o Corredor Internacional [Linha da Beira Alta], com estimativa de conclusão para 2020, inclui a intervenção na Linha Beira Baixa entre Covilhã e Guarda, com início estimado para 2017 e conclusão no fim de 2018». Até lá, «ao longo deste ano, a IP irá dar continuidade ao trabalho desenvolvido nesta linha através da concretização das ações inscritas no Plano de Proximidade, orientando a sua gestão para a otimização do ciclo de vida dos ativos, conduzida por critérios de sustentabilidade, tendo permanentemente em vista uma infraestrutura fiável e segura». Na semana passada, o presidente da IP foi ao Parlamento garantir que a intervenção nesta ferrovia é «prioritária» e que o objetivo dos trabalhos em curso é «chegar à Guarda o mais depressa possível».

António Ramalho foi ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, onde a deputada socialista Hortense Martins, eleita pelo círculo de Castelo Branco, pediu um ponto da situação neste troço. E a resposta foi que a IP está a projetar o que falta fazer na Linha da Beira Baixa para avançar no terreno. «Tínhamos um conjunto de pontes que iriam ser refeitas, mas os pilares dessas pontes estão em ótimas condições, pelo que estamos a admitir fazer só suportes novos utilizando os mesmos pilares. A nossa engenharia está a estruturar soluções que tornarão o trabalho mais fácil, mais rápido e mais eficiente», declarou António Ramalho. O responsável reiterou que a IP está «a dar prioridade» a esta intervenção para que esteja pronta a tempo de servir de alternativa quando decorrerem os trabalhos de modernização da Linha da Beira Alta.

A conclusão do troço Guarda-Covilhã da linha da Beira Baixa, com 44 quilómetros, tem prioridade “A” no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para 2015-2019. A modernização e eletrificação desta ligação entre as duas principais cidades da região implica um investimento de 80 milhões de euros. Os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã desde março de 2009 para permitir a conclusão de uma empreitada que já custou 7,5 milhões de euros na melhoria da via entre Caria e Belmonte e mais 2,5 milhões na reabilitação do túnel do Barracão. De resto, esta foi a única intervenção concluída no concelho da Guarda, onde pontes e ferrovia continuam por requalificar. Falta também a eletrificação do último troço da Linha da Beira Baixa até à cidade mais alta – atualmente, esta melhoria acaba na Covilhã, onde chegou em novembro de 2011.

Em fevereiro do ano passado foi mesmo aberto o concurso público para a construção da ponte do Corge com um preço-base de 2,5 milhões de euros. O objetivo era substituir a ponte metálica construída em 1891 que, segundo a REFER, está em «avançado estado de degradação» e não é possível recuperar. Na altura estimava-se que esta obra pudesse iniciar-se no final de 2015, mas sobre este ponto a IP nada adiantou.

Luis Martins Os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã desde março de 2009, mas já ali foram gastos 10 milhões de euros

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
O presidente da Câmara do Porto diz que Lisboa trata o Porto como se fossem «uns carneiros»! E nós? Aqui neste interior como somos tratados? Como mortos, pois imaginam que ninguém vive aqui. Vemos este autarca defender uma cidade, uma região, um povo, um objectivo comum, mas por cá, no nosso interior, não temos quem defenda os nossos interesses, alguém que não tenha medo de falar. Só assim se entende o ponto a que esta região chegou.
 
antonio vasco s silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Isto será bom para a Guarda se o Intercidades, via Beira Baixa , comece e termine na Guarda, dado que neste momento o mesmo comboio pela linha da Beira Alta é um para-arranca constante. Passará a ser uma outra alternativa caso isto seja uma realidade, mas até lá temos de esperar para ver. A par deste investimento, para quando a obra da linha de Barca d’Alva ao Pocinho e para quando o fim das portagens nas antigas SCUT? O interior tem de se fazer ouvir, fazendo chegar a sua voz bem alto como protesto ao esquecimento deste cantinho de Portugal. Somos uma grande potencialidade como porta de entrada na Europa, precisamos que olhem para nós, com respeito para com uma geração com história de crença e lutadora nos desafios constantes ao desenvolvimento deste nosso interior. O interior só pode ser desenvolvido quando houver uma união de sectores, dos quais destaco a vitalidade e empreendedorismo coletivo, sustentado numa visão de futuro em que todos ficam a ganhar,
 

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