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Obras no Bairro N. Sra. dos Remédios longe de estar concluídas

Câmara tinha acordado com o empreiteiro a conclusão dos trabalhos a 31 de março, mas a intervenção está longe de ficar concluída. Moradores foram à Câmara protestar contra o que está a ser feito no bairro.

As obras no Bairro de N. Sra. dos Remédios, na Guarda, estão a transformar-se numa autêntica via sacra para a Câmara. Não há dia em que os moradores não se queixem dos trabalhos e a passada segunda-feira foi um deles. Um grupo de cinco residentes aproveitou o facto da reunião do executivo ser pública para reclamar pelos transtornos causados e contestar também o que está a ser feito.

Ruas esventradas, buracos por tapar, passeios ora estreitos ora largos, faixas de rodagem demasiado apertadas e acabamentos que deixam muito a desejar são as principais queixas dos moradores, cuja vida tem sido infernizada por mais de um ano de empreitada. O desalento aumentou novamente nas últimas semanas com o fecho de várias ruas à circulação automóvel e outras que continuam intransitáveis por causa dos trabalhos. Os casos mais problemáticos foram relatados nas ruas Cidade de Pinhel, Cidade de Seia, Cidade de Gouveia e envolventes. «Isto arrasta-se há demasiado tempo e não há nada acabado», criticou Manuel Tomé, um dos descontentes presentes na reunião, logo apoiado por Joaquim Calado, para quem «o bairro vai ficar pior do que estava» com esta intervenção. Outros dos residentes que foram à Câmara queixaram-se do perigo que existe no local devido a buracos por tapar e tampas partidas, ou que não foram colocadas, de saneamento e de outras infraestruturas.

«É um pandemónio para se circular de carro e andar a pé», afirmaram, acusando o empreiteiro de «desleixo». Os protestos já não são novidade para Virgílio Bento, que presidiu à sessão da passada segunda-feira. «Estas obras não estão a correr nada bem. Os nossos técnicos têm que ir ao bairro quase todos os dias», lamentou o vice-presidente do município, constatando que o empreiteiro não vai cumprir o prazo acordado no final do ano passado e acabar os trabalhos a 31 de março. «Estas obras já deviam ter terminado. Ameaçámos com multas e a rescisão do contrato para que fossem feitas dentro do calendário, mas, lamentavelmente, ainda falta muita coisa», declarou, dizendo que a Câmara ainda não aplicou nenhuma multa e que esta é a segunda vez que pede desculpa aos moradores por causa desta intervenção. Virgílio Bento justificou ainda que o município não pode avançar para a rescisão do contrato porque isso implicaria «uma paragem de dois anos, no mínimo, dos trabalhos, e ninguém quer isso. O que queremos é acabar com a obra o mais depressa possível», acrescentou.

Contudo, o vice-presidente partilhou uma explicação para o que se está a passar: «A requalificação do Bairro de N. Sra. dos Remédios custa mais de um milhão de euros, só que o empreiteiro [de Viseu] concorreu com um preço anomalamente baixo e não consegue contratar os sub-empreiteiros que precisa para o normal andamento da obra», confirmou. De resto, desta vez, o vice-presidente já não arrisca uma data para a conclusão da obra, que diz ser «a pior» que o município tem atualmente em curso na cidade. Por seu turno, Rui Quinaz sublinhou que «a Câmara tem que tomar medidas urgentes em relação ao empreiteiro», dado que não cumpre os prazos. Além disso, recomendou também que faça «um inventário dos problemas para se resolverem antes da conclusão da empreitada».

Luis Martins Câmara não multa empreiteiro e já não arrisca data para a conclusão da empreitada

Comentários dos nossos leitores
filipa filipa.ferreira.ppa@live.com.pt
Comentário:
Temos pena, o meu bairro está pior, pois a erva que substitui os jardins serve para alimentar rebanhos de ovelhas ao fim de semana. Quando telefono para a Junta, para virem cortar o feno, dizem que não têm funcionários disponiveis, mas vejo todos os dias funcionários disponíveis, da Junta e da Câmara, ocupados no café a beber com alguns empreiteiros amigos.
 
Anónimo anonimo.guarda@gmail.com
Comentário:
Eu entendo que, nesta fase, a rescisão de contrato pode ser bem pior do que continuar com o mesmo empreiteiro. No entanto, não nos podemos esquecer que se ele ganhou a obra com um preço “anormalmente baixo”, a responsabilidade é apenas do dono de obra, pois os critérios de adjudicação são definidos no C.E., mas isso não invalida que a obra tenha que ter planeamento; organização; estaleiro devidamente vedado e sinalização; Higiene, Segurança e Saúde; etc. E todas estas questões não são salvaguardadas, independentemente do prazo (já várias vezes ultrapassado) de conclusão dos trabalhos.
 

Obras no Bairro N. Sra. dos Remédios longe
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