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Obras no “Arco Comercial” atrasadas por não haver dinheiro para expropriações

Requalificação paisagística entre o Colégio de S. José e o Bonfim implica expropriar cerca de 4.000 metros quadrados e pagar cerca de 400 mil euros aos proprietários

A falta de dinheiro para pagar as expropriações necessárias a concretização da requalificação paisagística do denominado “Arco Comercial” da Guarda está a atrasar o arranque dos trabalhos entre a rotunda do Colégio de S. José o Bonfim, nas ruas António Sérgio, Calouste Gulbenkian, Cidade de Safed e Almirante Gago Coutinho.

A empreitada foi adjudicada em maio ao consórcio formado pelas empresas António Saraiva e Filhos e Albino Teixeira por pouco mais de dois milhões de euros, o valor mais baixo apresentado no âmbito de um concurso público, cujo preço-base era de 2,7 milhões. Na altura, o executivo estimava que as obras arrancassem por estas semanas, mas, ao que O INTERIOR conseguiu apurar, a autarquia não tem dinheiro para liquidar o valor que resultará das expropriações de terrenos e quintais que será preciso fazer para concretizar o projeto. Ao que tudo indica será necessário adquirir cerca de 4.000 metros quadrados a privados para implementar as soluções preconizadas pelo engenheiro da autarquia Américo Rodrigues. Trata-se de duplicar a via entre a rotunda do Colégio de S. José e a da Ti’Jaquina, mas também de alargar os passeios da António Sérgio e de demolir as casas situadas em frente Secundaria da Sé, entre outras intervenções.

«Só na rotunda da Ti’Jaquina são três mil metros quadrados», adianta fonte conhecedora do processo, segundo a qual a autarquia necessitará cerca de 400 mil euros para pagar os 4.000 metros quadrados que tem que adquirir em toda a extensão da intervenção a perto de 30 proprietários. «Os levantamentos dos terrenos a expropriar estão feitos, falta é o dinheiro, porque, nos tempos que correm, ninguém vai aceitar ceder espaço com a promessa de que será pago no futuro», acrescentou a mesma fonte, que pediu anonimato. O problema é que a Câmara tem que fazer prova junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro de que é proprietária de todo a área a intervencionar, caso contrario pode perder as verbas concedidas. Ate ao fecho desta edição, O INTERIOR não conseguiu obter uma reação de Joaquim Valente sobre esta matéria por se encontrar em Lisboa.

A empreitada da requalificação paisagística do denominado “Arco Comercial” da Guarda tem um prazo de 500 dias. As obras consistem na repavimentação destas artérias e na valorização da envolvente. Está previsto o alargamento da rotunda da Ti’Jaquina e a requalificação paisagística do descampado existente junto ao restaurante “O Imperador”, onde será criado um jardim com uma fonte interativa, um espelho de água e uma cascata. A estrada entre as rotundas do Colégio de S. José e da Ti’Jaquina terá duas faixas de rodagem de cada lado, conforme a Avenida Monsenhor Mendes do Carmo. Esta intervenção faz parte do Programa de Parcerias para a Regeneração Urbana, ao qual a Guarda candidatou mais de 9,2 milhões de euros em obras e iniciativas, um investimento comparticipado pelo FEDER em quase seis milhões de euros. Os 18 projetos apresentados devem estar prontos até 2013.

Luis Martins

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