A obras da Praça Velha têm sofrido invariáveis contratempos, desde as ossadas que fizeram abrandar o ritmo dos trabalhos até às queixas de alguns comerciantes, que fizeram mudar o rumo das máquinas que estavam no terreno, entre outras. Mas parece que desta é de vez e as obras deverão estar terminadas em finais de Setembro, ou na melhor das hipóteses, no princípio de Outubro. Pelo menos foi esta a garantia dada pelo director executivo do PolisGuarda, António Saraiva, aos comerciantes, na última quinta-feira à noite. Para a inauguração do novo espaço já está prevista a realização de diversas actividades, entre as quais se destaca a Feira Medieval e a publicação de mailings promocionais do centro histórico.
O final de Setembro é, assim, a última previsão da Sociedade PolisGuarda para a conclusão das obras de revitalização da Praça Velha. A garantia foi dada aos comerciantes, pelo próprio director executivo do Polis numa reunião na Associação Comercial da Guarda, na passada quinta-feira. No entanto a promessa não convenceu os comerciantes, nem o presidente da Associação, Jorge Godinho, que depois de tantos prazos já não acredita em datas. «Sem querer ofender ninguém, já não posso acreditar em nada, só ver para crer», diz descontente o responsável. «É incrível como o Polis apresenta o cartaz das festas em vez de justificar os constantes atrasos das obras da Praça Velha», constata inconformado Jorge Godinho. Lamenta ainda que aquela sociedade não tenha sequer previsto um plano para indemnizar os comerciantes por causa dos vários contratempos. Durante a reunião «ficou provado e registado que as obras não se atrasaram por causa de nenhum comerciante», realça o presidente da ACG.
Assim, se não houver mais atrasos, a zona intervencionada será inaugurada em finais de Setembro ou princípio de Outubro, com pompa e circunstância. Para tal, já estão previstas três actividades para dinamizar e revitalizar aquele que vai ser o novo espaço pedonal da cidade. Durante dois dias o coração da cidade vai viajar ao passado com a realização de uma Feira Medieval. Para além da publicação de um livro e um mailing com a Rota Cruciforme. Para tal está a ser realizado um levantamento dos símbolos dos novos-cristãos que estão nas ombreiras das portas no centro histórico. Também será feito o lançamento de um outro mailing para divulgar o comércio daquela zona. «Mas fazem-se aquelas iniciativas e fica-se por ali. Atiram-se os foguetes, apanham-se as canas e acaba a festa», refere Jorge Godinho. «Queremos dar vida àquela Praça», frisa o responsável, adiantando que «é preciso abrir o apetite às pessoas». Por isso a ACG apresentou antecipadamente à Sociedade Polis uma proposta com várias actividades, para ajudar a criar hábitos de rotina naquele espaço revitalizado, mas não foi aceite.
De resto, o director executivo do Polis deixou outras garantias aos comerciantes. Ainda esta semana o cruzamento entre a rua 31 de Janeiro e a Praça Velha ficará concluído. E nas próximas duas semanas, deverá ser colocada a pedra no pavimento até à Loja do Artesanato. Depois serão construídas as infraestruturas no largo por detrás da Sé, seguindo a colocação de pedra.
Patrícia Correia
