Este poderia ser o começo para uma história de ficção, mas não, isto aconteceu mesmo no pretérito dia 5 de Março de 2011 na cidade da Guarda e aconteceu como passo a comentar.
Fui um dos que esteve na Guarda para, com a comissão de utentes da A23, da A24 e da A25 e com outras pessoas, protestar contra a introdução de portagens nestas vias. Para que o Zézito não venha a dizer que ando a persegui-lo, devo esclarecer que estive na Guarda e irei onde as minhas forças e disponibilidades me permitirem para travar uma governação que está a destruir o país e em particular o Interior, a aniquilar os direitos políticos, laborais e sociais do povo e dos trabalhadores, em clara violação da Constituição da República e com medidas cada vez de maior pendor fascista.
Nesta acção (quase improvisada) foi evidente a indignação e o protesto que move e une cada vez mais pessoas que vão de trabalhadores a empresários e que assumem o compromisso de fazer chegar mais alto e de forma mais forte as suas acções de contestação.
Sim! Tenho a certeza que a contestação, o protesto e a luta vão crescer e mesmo que não se consiga evitar agora a introdução de portagens, vamos consegui-lo mais tarde, se a luta não abrandar e se o povo afastar da área da governação o PS, o PSD e o CDS/PP, que são os partidos responsáveis pela introdução de portagens e pela situação de calamidade económica e social em que o Interior se encontra mergulhado e que se agravará com as portagens.
Neste protesto, que foi maior que o previsto e de que o Zézito esperava (o furibundo Santinho Pacheco não tem capacidade para antever mais), foi interessante verificar que o José Sócrates, que se pretende apresentar (“vender”) como um homem corajoso e determinado, afinal também é daqueles que, violando as regras do trânsito nas barbas da polícia, foge do povo a toda a velocidade e depois se escapule pela “porta do cavalo” como qualquer foragido à justiça (neste caso do povo). É óbvio que é corajoso, uma ova! Ele é corajoso quando tem a polícia a guardá-lo e quando a manda afastar para longe aqueles que se lhe opôem.
Mas mais grave! Quando viu o protesto riu-se, num riso que tanto poderia ser de nervoso como de desprezo. Conhecendo-o como conheço, o riso é de desprezo porque ele, de barriga cheia, sempre gozou com a miséria de quem sofre e é o mesmo rizinho cinico que usou quando disse que defender o interior, as suas empresas, os seus postos de trabalho e a qualidade de vida das suas populações é fazer politiquice.
Interessante também, foi ouvir dizer que a culpa não é dele mas do PSD, que ele (“pobre coitado”) não queria mas que aqules malandros do PSD o obrigaram. Aqui o Zézito mostra-se igual a si próprio (há coisas que se adquirem no berço e nunca mais saiem) e volta a parecer um daqueles meninos mimados que, apanhados em flagrante delito (no caso das portagens, em flagrante acto criminoso) se apressam a dizer “não fui eu, foi o pedrinho”. Fosse ele coerente e tivesse vontade de cumprir com o que prometeu na campanha eleitoral e teria tido força na Assembleia da República para travar o Rio/PSD/Passos Coelho.
É certo que o PSD é uma força ambivalente, que faz do cinismo e da hipocrisia a sua arma, que a nível nacional vota a favor das portagens e que a nível local manda os seus homens fazer discursos ao contrário para a seguir os pôr a mendigar isenções e mudanças de localização de pórticos para manter o essencial das portagens. Isto mesmo se viu na votação da proposta do PCP para a eliminção das portagens em que se juntou ao PS e assim inviabilizou um acto de justiça para com o Interior.
Acreditem caras e caros leitores! PS, PSD e CDS/PP são farinha do mesmo saco. Os três, embora de forma e em tempos diferentes, querem e fazem o mesmo, como aliás está demonstrado com este rotitivismo da direita política e da política de direita à frente do país há mais de 30 anos.
Romper este ciclo está nas nossas mãos. Para isso é necessário aumentar a pressão e a luta (toda a luta). Por isso, no dia 19 de Março vamos estar em Lisboa e no dia 8 de Abril vamos fazer uma grande e enorme Marcha Lenta na A23 e na A25.
Vamo-nos a eles, antes que eles nos venham (aos bolsos) a nós!
Luís Pereira Garra
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