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O vómito

Coisas…

Também eu li aquele vómito anónimo “assinado” por um corajoso militante do PSD desancando na Dra. Ana Manso com uma violência que deixa entender um ressentimento quase amoroso por parte do desgraçado autor.

O texto não merece, por si só, qualquer tipo de análise, quer no que respeita ao conteúdo (que já esqueci), quer à forma, de tão pobre e deselegante. No entanto, uma carta desta natureza obriga-nos a parar um pouco para pensar em dois ou três aspectos.

O primeiro, naturalmente, acerca da natureza mental, moral e política do seu autor; o segundo a propósito das intenções de um acto tão desesperado e torpe como este e finalmente o terceiro relativamente às consequências de natureza política.

Parece evidente que a pessoa (ou pessoas) que tomaram a decisão de escrever um “manifesto” desta natureza a poucos dias das eleições, têm ambições políticas e pretendem tirar dividendos após a derrota eleitoral que desejam que o PSD sofra na Guarda. No entanto, perguntar-se-á se o método, de tão rasteiro, lhes permitirá aparecer depois e dar a cara, reclamando uma qualquer legitimidade para suceder à Dra. Ana Manso. Não o creio, o que leva à conclusão de que a primeira característica de quem decidiu usar esta estratégia para conquistar o poder dentro do partido é a da falta de inteligência.

Por outro lado, não é claro que o método adoptado – um “manifesto” porco e difamatório – contribua para a tal queda da líder distrital; a Dra. Ana Manso pode até ter muitos defeitos políticos mas a astenia não parece ser um deles. Que se cuidem aqueles que, no dia a seguir às eleições aparecerem na sede a pedir a cabeça dos derrotados. Pode ser que o tiro lhes saia pela culatra.

Finalmente, e esta já nos interessa a todos, se é evidente que a prática política em Portugal (e, já agora, em todo o mundo ocidental) está a precisar de uma revolução de competências e mentalidades, não são exemplos destes que nos fazem crer que estará para breve tal revolução.

PS: independentemente da postura política deste cronista, confesso que não gosto de ver a sede do PSD tantas vezes fechada e às escuras; não gosto da falta de cor da campanha e prefiro mil vezes uma Dra. Ana Manso a expor-se em jantares, comícios e inaugurações, ainda que muitas vezes possa não concordar com ela. Força nisso, doutora.

Por: António Matos Godinho

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