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O vício dos jogos on-line

NOVAS TECNOLOGIAS NOVAS

“A Polícia da Coreia do Sul prendeu, na passada terça-feira, um casal viciado em jogos na Internet que deixou morrer à fome a sua filha, uma bebé de três meses.” “Recentemente, um homem de 32 anos morreu num cibercafé depois de cinco dias seguidos online.” Estas e outras notícias associadas aos jogos online começam a ser recorrentes e devem ser motivo de preocupação para as famílias e para as escolas pois os nossos jovens não estão imunes a esta realidade virtual cada vez mais sofisticada, aliciante e perigosa. Muitos dos nossos alunos movimentam-se com toda a facilidade neste mundo dos jogos: uns são mestres em Metin2, outros ágeis no Counter Strike e outros apaixonados pelo FarmeVille. Correm desenfreados nos intervalos das aulas para os computadores e, em casa, ficam colados aos monitores até de madrugada, a upar um char ou a tentar passar de nível num determinado jogo, como se isso fosse a tarefa mais importante das suas vidas.

Um divertimento que começa por brincadeira pode transformar-se num autêntico pesadelo: no início é tudo muito fácil e gratuito mas o desenvolvimento do jogo obriga, por vezes, à constituição de clãs onde se movimentam predadores das piores espécies vestidos com pele de cordeiro; depois de se viciarem no jogo, aquilo que era gratuito começa a pesar na carteira, porque para se ser competitivo é preciso adquirir itens que custam dinheiro e com uma simples chamada de telemóvel transformas-te no adversário mais temível do jogo.

Muitos destes jogos são, sem dúvida, um divertimento sadio que exigem raciocínio, habilidade e concentração, mas, principalmente, a inteligência e a maturidade suficiente que permita perceber a diferença entre o real e o imaginário.

por Aureliano Valente*

*professor

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