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«O sistema acabou»

O presidente reeleito da Associação de Futebol da Guarda garante que neste mandato não haverá «almoços para escolher os árbitros de domingo»

«O “sistema” acabou com esta eleição», garante Andrade Poço. Na última sexta-feira, durante a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais, o presidente reeleito da Associação de Futebol da Guarda (AFG) anunciou que, desta vez, «ninguém poderá controlar o Conselho de Arbitragem» e que vai deixar de haver «almoços para escolher os árbitros de domingo».

A promessa soa a confissão, mas só porque os elementos cessantes não eram da sua confiança. «Os dirigentes agora empossados dão-me garantias de que tal não voltará a acontecer, nem pactuarão com isso», sublinhou Andrade Poço, que já antes tinha realçado que o novo Conselho de Arbitragem vai «funcionar bem», uma vez que foi escolhido por si «e não por pressões de quaisquer clubes». O presidente da AFG recordou também que só o presidente acabou o mandato naquele órgão, «os restantes eram todos suplentes, mas ainda foram aproveitados pela lista opositora», constatou. Daí a passar uma certidão de óbito ao dito “sistema” no futebol distrital foi um passo aplaudido pelos presentes. Mas, a fazer fé nas intervenções feitas na sessão, a arbitragem continua no centro das atenções e, sobretudo, das preocupações. A começar no Conselho de Disciplina, cujo vice-presidente José Albano – na ausência do presidente – afirmou que «todos os problemas» tratados naquele órgão se relacionam com a arbitragem.

E para bom entendedor meia palavra terá bastado. No entanto, Agostinho Freitas, reeleito presidente da Assembleia-Geral, reforçou a ideia e pediu «tolerância e desportivismo» aos clubes, mas também «credibilidade e justiça» nas decisões dos diferentes órgãos da AFG. Quanto ao resto, Andrade Poço puxou dos “galões” e reiterou que a associação é hoje «uma “casa” arrumada, cumpre todas as suas obrigações e recuperou a sua credibilidade». Em termos desportivos, salientou os bons resultados das selecções distritais nas camadas jovens e o reconhecimento da UEFA, que distinguiu a AFG com o prémio de melhor formação na época 2005/2006. O presidente considerou ainda que a votação obtida pela sua lista foi um «cartão verde para continuarmos a trabalhar e não o amarelo que os nossos opositores anunciavam», exigindo assiduidade aos novos dirigentes. «Quem não o for não tem lugar para continuar», avisou.

No entanto, vários elementos faltaram à tomada de posse, nomeadamente os presidentes dos Conselhos de Disciplina e de Justiça, José Sarmento e Manuel Rodrigues, respectivamente. Compõem ainda os novos órgãos sociais, entre outros, Mário Sucena, delegado distrital do Inatel, como vice-presidente da direcção, enquanto Artur Batista é secretário-geral. José Alves assume a presidência do Conselho de Arbitragem e João Maia do Conselho Fiscal.

Luis Martins

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