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«O sétimo lugar acaba por saber a pouco»

Cara a Cara – Entrevista – Hélio Sousa

P – Que balanço faz desta época?

R – O balanço é óptimo. Os objectivos a que nos propusemos no início, que era conseguir a manutenção, foram perfeitamente alcançados. Nunca estivemos numa situação muito preocupante de andar a fugir aos lugares de descida. Tendo sempre consciência de que este é um campeonato bastante competitivo, acabámos por realizar uma excelente época.

P – Este sétimo lugar acaba por saber a pouco, dado que a equipa chegou a andar algumas jornadas nos lugares da frente?

R – Estivemos poucas vezes nos dois primeiros lugares. Mas acaba por saber a pouco mais devido à qualidade do futebol e à capacidade de jogo que demonstrámos ao longo da época. No entanto, o sétimo lugar já é bastante honroso para uma equipa que regressou aos campeonatos profissionais e que a melhor classificação que tinha na Liga de Honra era um 11º lugar. O que conseguimos é óptimo, mas claro que queríamos mais e demonstrámos condições no campo para poder lutar por mais, mas não foi possível.

P – O Covilhã teve o quarto melhor ataque da Liga de Honra, mas a segunda pior defesa do campeonato. É um dos aspectos a melhorar?

R – Claro que sim, queremos conseguir arranjar melhor consistência nessa relação. Contudo, se tivéssemos mais golos sofridos e menos marcados, mas isso desse mais pontos não era por aí que ficaríamos preocupados. Essa é uma situação a melhorar e, especialmente, nos jogos em casa não podemos sofrer tantos golos para os podermos vencer.

P – Chegou já com a pré-época em andamento. Agora que vai iniciar os trabalhos normalmente acredita que pode fazer melhor no próximo ano?

R – Acreditamos sempre que podemos fazer melhor e é com esse objectivo que todas as equipas técnicas iniciam a época seguinte. Só depois de termos todo o plantel constituído e sabermos as condições que vamos ter ao nosso dispor é que podemos, realmente, lançar-nos para objectivos. Claro que um objectivo teórico e abstracto é ter condições para fazer melhor e é isso que vamos procurar até começar a competição.

P – À partida, o plantel irá sofrer muitas alterações ou a base será para manter?

R – Tentaremos manter a maior base possível, mas há muitos jogadores que estiveram emprestados e outros que, se calhar, devido ao campeonato que fizeram, poderão ter propostas com condições melhores de outros clubes. Iremos fazer os possíveis para manter uma estrutura base e tentar que alguns dos jogadores emprestados também possam continuar connosco para conseguirmos um bom grupo de trabalho, como o que tivemos este ano, e tentaremos voltar a ter, mais forte ainda se possível.

P – Quando assinou o novo contrato, afirmou que pretendia, pelo menos, 20 jogadores de campo e três guarda-redes. É o plantel possível ou que lhe dá totais garantias?

R – Acho que me dá totais garantias. Cada vez mais os planteis têm de ser mais curtos, os clubes têm de optimizar os recursos que têm à sua disposição e acho que esse é um plantel suficiente. Se houver necessidade, podemos sempre recorrer à formação do clube, que teve óptimos resultados este ano. Temos de ser mais eficientes e mais eficazes e gerir o plantel.

P – Subir à SuperLiga com o Sporting da Covilhã é possível?

R – Nós temos de sonhar e tudo é possível nesta Liga de Honra. No ano passado o Vizela andou a lutar pela subida até ao fim e este ano só evitou a descida na última jornada. As coisas alteram-se com muita facilidade nesta Liga, mas é um sonho e o clube tem estruturas para poder ambicionar mais. Não tem o orçamento de outras equipas que estão na Liga e que vão ambicionar esses voos, mas nada nos impede de tentar fazer melhor do que neste ano e, se for possível, andar mais vezes perto dos primeiros. Melhor seria conseguirmos estar lá até ao fim.

P – Acha então que a região tem possibilidades de ter uma equipa na SuperLiga?

R – Penso que o clube tem e a região também, se as vontades se reunirem. Pelo que sei, é um clube que não tem passivo e se conseguisse atingir outros voos ganharia outra consistência certamente. Na SuperLiga, as receitas seriam outras e poderia ambicionar algo mais. Há clubes a passar por muito mais dificuldades e estão na SuperLiga. Um clube como o Covilhã, com a estrutura que já tem e com as condições que poderia vir a ter com uma subida de divisão, melhorava e poderia ambicionar a mais, mas não passa de um objectivo como vão ter mais 15 equipas e muitas delas com estruturas maiores.

Hélio Sousa

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