Todos os animais apresentam um revestimento do corpo que se interpõe entre as suas partes internas e o mundo exterior. Para alguns, como os moluscos ou os escaravelhos, esta barreira é composta por uma casca rija que protege os tecidos moles no seu interior e desempenha uma função dupla como esqueleto. Os animais de grande porte que possuem um esqueleto interno duro têm um tipo diferente de proteção exterior, que é conhecida por tegumento, palavra derivada do latim integere, que significa cobrir. Os revestimentos do corpo são concebidos para duas funções básicas: separar os tecidos internos do ambiente exterior e protege-los das condições que aí se registam. A forma de vida de cada espécie determina quais as ameaças ambientais com que esta se depara. Quase todos os mamíferos mantêm uma temperatura corporal tépida. Precisam de um revestimento corporal flexível e leve, com mecanismos para gerir os ganhos e as perdas do calor e da água do corpo e que proteja contra os danos causados pelos químicos agressivos, pelos ferimentos e afins. Para poderem satisfazer estas necessidades, os mamíferos têm uma pele espessa mas flexível, e na maioria das espécies ela é reforçada com pelos ou cabelo.
No caso dos seres humanos, o tegumento que nos protege do meio que nos rodeia é a nossa pele, e não há dúvida de que se trata de um revestimento deveras notável.
A pele é o maior órgão do corpo, cobrindo aproximadamente 2,5 metros quadrados e pesando cerca de 4 quilos num adulto. Também inclui estruturas, tais como dois milhões de glândulas sudoríparas, que ajudam a arrefecer o corpo quando este se encontra demasiado quente. Quando o problema é o frio, os vasos sanguíneos da pele podem contrair-se de forma que se perca menos calor.
Por outro lado, a pele humana é um baluarte de defesa vitalício contra todos os tipos de ferimentos e escoriações menores, contra as bactérias que patrulham constantemente à espera de encontrarem uma via de acesso para o interior do nosso corpo, contra a exposição aos químicos nocivos, às radiações solares e aos efeitos de secagem do ar.
Força, flexibilidade, durabilidade – se olhar para debaixo da superfície da pele entenderá por que razão o revestimento do corpo humano é tão versátil. As suas regiões em camadas, a epiderme e a derme, dividem o trabalho das funções da pele. A camada de células mortas, ricas em queratina e de aspeto escamoso na epiderme, ajuda a contrariar o abuso da constante exposição aos elementos. As células vivas que se encontram por baixo estão ligadas numa camada contínua, uma segunda linha de defesa. Contudo, a camada mais resistente é a derme. Composta por colagénio e elastina, a derme resiste ao desgaste e permanece elástica durante décadas. Ao mesmo tempo, sustenta e alimenta a epiderme. Calcula-se que cada 6,4 cm quadrados estão ligados e a cerca de 70 nervos e cerca de 5 m de vasos sanguíneos. Sob a derme, a epiderme prende a pele aos músculos e aos ossos.
Por todos estes motivos, deve ser evitada a exposição da pele à luz solar uma vez que esta energia proveniente do Sol, com o passar do tempo, torna-a vulnerável a uma grande variedade de efeitos nocivos.
Por: António Costa
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