“A Vida Continua”, pelo Teatro da Garagem, e “A Cabra ou Quem é Sílvia?”, da Comuna, são os actos seguintes do Festival de Teatro da Guarda, que decorre este mês no TMG. Mas até lá, encenadores, actores e directores de companhias locais debatem esta noite, no café-concerto, o teatro na Beira Interior. Os intervenientes são Américo Rodrigues (actor e encenador), Fernando Marques (actor), Fernando Sena (Teatro das Beiras), António Godinho (Aquilo Teatro), Fernando Paulouro das Neves (jornalista), Luís Nogueira (Escola Velha) e Rui Sena (Quarta Parede).
No palco, as conversas são outras. O Teatro da Garagem apresenta amanhã à noite, no pequeno auditório, uma tragicomédia em torno da história de uma família. Em “A Vida Continua” estão em cena os encontros e desencontros de três gerações sucessivas, numa encenação de Carlos Pessoa e dramaturgia de David Antunes. A interpretação está a cargo de Ana Palma, Cristina Carvalhal, Fernando Nobre, Miguel Mendes e Victor d’Andrade. A família é também o tema central de “A Cabra ou Quem é Sílvia?”, em cena sábado no grande auditório. Trata-se do regresso da Comuna à cidade com uma peça de Edward Albee, encenada por Álvaro Correia, em que o equilíbrio familiar se desmorona quando o pai anuncia estar apaixonado por outra mulher, Sílvia. «Pode definir-se este texto como uma comédia negra, dado o desconforto e a seriedade com que o tema é tratado, mas este estranho e trágico amor de um homem por uma cabra deixa-nos preparados para aceitar qualquer coisa», refere a produção, realçando que esta peça é sobre os «limites da nossa tolerância, sobre aquilo que nos permitimos a nós próprios pensar». Já o autor garante que “A Cabra ou Quem é Sílvia?” vai «chocar e incomodar» muita gente. «Com alguma sorte, algumas pessoas levantar-se-ão, outras começarão a torcer as mãos durante o espectáculo e outras atirarão coisas para o palco. Espero que assim seja», escreve Edward Albee. A interpretação é de Carlos Paulo, Cucha Carvalheiro, João Tempera e Victor Soares.
