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O que não gostaria que ocorresse em 2018*

Respondendo, uma vez mais, à proposta lançada por O INTERIOR sobre expectativas para o ano de 2018, este ano o desafio apresenta-se mais difícil, visto que é pedido o que não gostaria que ocorresse. Mais difícil, porque numa época em que, de um modo geral, quase todos estamos focados no que gostaríamos de ver acontecer, normalmente com uma perspectiva optimista e de esperança no futuro, este exercício nos faz pensar no que pode vir a ocorrer em sentido inverso, ou seja numa perspectiva de os acontecimentos poderem desenvolver-se num sentido inverso ao que desejamos.

No entanto, embora assim seja, porque ser contra-corrente nesta altura do ano é uma tarefa inesperada, é também desafiadora. Pelo menos assim o entendi, pelo que passo a enunciar algumas das coisas que gostaria que não ocorressem no próximo ano:

– A continuidade de implementação de políticas nacionais que só olham para o Interior do país quando ocorrem tragédias: pelo contrário, gostaria de ver avançar de modo definitivo uma forma de fazer política que olhasse para o futuro a longo prazo e que entendesse a grande importância que o interior do país tem, mesmo e até para o desenvolvimento do litoral;

– A nível local, gostaria que os planos comunicados relativos à existência de uma aliança entre os poderes da tripla hélice na nossa região, nomeadamente no que respeita à implementação de uma nova unidade industrial com o apoio e envolvimento da Indústria, da Governação e do Ensino Superior não fossem obstaculizados; acredito que não, e gostaria de chegar ao final do próximo ano com o reconhecimento público de um grande Guardense que tem contribuído, de forma discreta e abnegada mas decisiva e eficaz, para o desenvolvimento da nossa região – o Engº. João Cardoso;

– Finalmente, gostaria que as instituições da nossa região não sofressem um caminho de retrocesso e inverso ao que têm prosseguido ultimamente, em que as soluções não considerassem a via da competência e a existência de massa crítica que possuem, optando por soluções de via única, desadequada e anacrónica.

Acabo, dentro do espírito da época, a desejar um bom ano a todos os leitores de O INTERIOR, assim como a confiar na não concretização dos receios aqui materializados.

Bom ano!

Helena Saraiva**

* Título da responsabilidade da redação

** Professora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG e vice-presidente do Conselho Técnico Científico da ESTG

*** A autora escreve de acordo com a antiga ortografia

Sobre o autor

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