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O que muda em 14 anos?

Desde 2000 que O INTERIOR acompanha jovens talentos da região. Na edição de aniversário reencontramos Pedro Figueiredo, João Pedro, André Lopes e Inês Monteiro.

Em 2000, Pedro Figueiredo fazia a primeira exposição individual no Paço da Cultura, na Guarda. O guardense frequentava o terceiro ano da licenciatura em escultura e, desde então, «fui valorizando a carreira académica e fazendo exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro», conta Pedro Figueiredo, de 39 anos.

Dois anos depois começava a dar aulas numa escola profissional de artes em Coimbra, onde se mantém até hoje. O tempo trouxe-lhe reconhecimento, mas também mais responsabilidades e exigência. «Tenho cumprido os meus objetivos, julgo que nunca se consegue o objetivo pleno, mas tenho trabalhado para conseguir o máximo de êxitos», considera. Isto porque, nas artes plásticas, «estamos dependentes de muitas decisões em que somos impotentes», afirma o escultor. «Trabalho cada vez mais para fazer ruturas entre o que existe e o que eu possa vir a mostrar de novo», frisa o artista. Já João Pedro Cunha, de 27 anos, joga no Belenenses. O futebolista viveu até aos 14 anos na Reigada (Figueira de Castelo Rodrigo), tendo jogado uma época nos iniciados e outra nos juvenis do Ginásio Figueirense. Daí seguiu para o SC Braga, onde fez o resto da formação e iniciou a carreira profissional na equipa “B”. Há um ano celebrava o regresso aos “arsenalistas” para lutar por um lugar na equipa principal, mas em agosto foi emprestado ao Belenenses. O objetivo que tinha, esse, foi cumprido: «Queria jogar na primeira divisão», confessa João Pedro, destacando «a experiência que ganhei ao longo dos anos». Ainda com o futuro indefinido, o desportista admite que o caminho pode passar pela emigração, como acontece com outros jovens.

Também há 14 anos a vida de André Lopes dava uma volta de “180 graus”. «Comecei a jogar na Académica de Coimbra e um ano mais tarde fui chamado à Seleção Nacional», indica o voleibolista, de 31 anos. Cinco anos depois transferia-se para o Benfica, onde jogou quatro anos, seguindo depois para a Bélgica. Atualmente joga no AS Cannes da divisão Pro A francesa, sentindo-se «bastante bem para jogar voleibol de alta competição», considera o senense, que quer continuar mais «alguns anos» e depois, «até porque me licenciei na área, gostaria de ficar ligado ao desporto de alta competição». Apesar de somar campeonatos em Portugal, Bélgica e França, assim como a liga europeia com a seleção, uma das vitórias que mais marcou André Lopes foi a primeira, quando se sagrou campeão nacional de desporto escolar com os amigos da Escola Secundária de Seia. «Infelizmente ainda não consegui uma ida aos Jogos Olímpicos, mas a esperança é a última a morrer», frisa.

Por seu lado, a guardense Inês Monteiro destacou-se no atletismo, com resultados importantes a nível nacional e internacional, onde conta múltiplas medalhas e distinções coletivas e individuais. «A minha carreira evoluiu muito nos últimos 14 anos, pois atingi grandes resultados», considera a atleta, de 33 anos, sublinhando que «também se deveu às pessoas que me apoiaram e acompanharam», assim como «à melhoria das condições de treino» na cidade mais alta. Inês Monteiro, que se encontra «em recuperação após algumas cirurgias no decorrer de lesões desportivas», ainda continua na Guarda, sendo professora de Edução Física.

Sara Quelhas

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