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O que foi feito e o que ficou por fazer na Guarda

Mercado municipal

A requalificação do mercado municipal foi um dos compromissos que Álvaro Amaro assumiu na campanha eleitoral de 2013. Pouco depois de tomar posse, a promessa ganhou corpo e as obras arrancaram no início do verão de 2014, tendo sido concluídasa em março de 2015. Um investimento de 250 mil euros deu nova imagem ao mercado municipal, que ganhou mais atratividade. Por resolver está ainda a utilização do primeiro piso, que continua vazio. Uma situação que o autarca dizia querer solucionar até final do mandato.

Festas

Independentemente do que elas possam trazer de bom ou de mau à cidade, este foi um mandato marcado pelas festas. A Feira Ibérica de Turismo (FIT), a “Cidade Natal”, a Passagem de Ano ou a Feira Farta são alguns dos eventos que este executivo promoveu. Muito se tem falado dos gastos que a sua organização acarreta, dos locais escolhidos e se há retorno para a cidade. Ainda assim. Álvaro Amaro não abdicou das festas.

Saneamento financeiro

Um mês depois de tomar posse, Álvaro Amaro começou a pagar dívidas a fornecedores, juntas de freguesia e associações. Sinal de que os tempos mudaram mesmo na Câmara da Guarda e que os credores podiam receber a tempo pelos seus serviços. A medida serviu para recuperar, aos poucos, a confiança de empresários e do comércio local, mas também para por as contas do município em ordem. «A regra de se gastar sempre mais do que aquilo que se tem acabou na Câmara da Guarda», disse na altura Álvaro Amaro. Neste mandato, o autarca diminuiu a dívida em 45 milhões dos 91 milhões apurados numa auditoria e reduziu o prazo médio de pagamento a fornecedores.

Hotel Turismo

Muita tinta tem corrido sobre o futuro do Hotel Turismo, umas das bandeiras de Álvaro Amaro durante a campanha, mas sete anos após o espaço ter sido encerrado a sua reabertura ainda é uma incógnita. Depois de uma tentativa falhada para vender o edifício por 1,7 milhões de euros, a solução passou pelo seu arrendamento com opção de compra, uma alternativa que também não colheu resultados. Já este ano, o histórico hotel foi incluído no programa REVIVE, criado pelo atual Governo para reabilitar espaços emblemáticos do património nacional e sejam aproveitados para o desenvolvimento de projetos turísticos. O prazo para as candidaturas para a requalificação do edifício já terminou, mas ainda não se sabe se apareceram interessados.

Centro histórico “às moscas”

Em quatro anos Álvaro Amaro ainda não conseguiu que a Praça Velha voltasse a ganhar vida. Também o centro histórico continua moribundo, sem que os guardenses tenham vontade de o visitar e de consumir no comércio tradicional. Para os edifícios devolutos também não foi criada uma solução e continuam a dar maus aspecto à zona antiga da cidade.

Sede CIMBSE

A Guarda é a sede institucional da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), formada por 12 concelhos do distrito da Guarda e três do distrito de Castelo Branco. Para tal muito contribuiu a argúcia e o poder negocial de Álvaro Amaro, que abdicou da presidência desta entidade, que é rotativa, em troca da sede na cidade mais alta. A funcionar temporariamente na antiga sede da Agência para a Promoção da Guarda (APGUR), a autarquia avançou com a requalificação dos antigos Paços do Concelho para albergar os serviços da CIMBSE. A obra começou com alguma polémica por causa do uso de materiais, como o alumínio e PVC.

Rotundas

Outra marca deste mandato, as rotundas. No total foram seis as rotundas onde Álvaro Amaro interveio, mas apenas uma foi obra sua e está inacabada. Falamos da rotunda da Dorna, que embora esteja concluída, ainda falta ornamentá-la. A ideia do executivo era colocar ali uma escultura (29 mil euros), mas a falta de consenso no executivo levou a que a decisão fosse adiada. A primeira fase tinha sido adjudicada por 123 mil euros, mais IVA, e a proposta da autarquia para a segunda tem custo previsto de 98,5 mil euros, mais IVA. Já ornamentadas estão a rotunda da Ti’Jaquina com o monumento dos Efes, a rotunda da Luz, a rotunda do Anjo da Guarda na Avenida de São Miguel, a rotunda do Rio Diz, onde foi colocada a escultura “Portas da Cidade” e a rotunda do Alvendre, com o cubo “Cristal da Guarda”. Estas duas últimas geraram polémica, pois os custos com a sua ornamentação foram de 219.055 euros (IVA incluído). No papel ficou a requalificação da rotunda que liga a Avenida de São Miguel à Avenida da Estação, junto ao Parque Urbano do Rio Diz, que incluía a instalação de uma antiga locomotiva. O primeiro concurso público, com um preço-base de 438 mil euros, mais IVA, ficou deserto e obrigou à readaptação do projeto e à redução do custo previsto para 366 mil euros, mais IVA.

Matadouro

Foi matadouro e local de um dos maiores logros de que a cidade tem memória, quando em 2008 o executivo de Joaquim Valente prometeu alojar ali os comerciantes do mercado municipal por causa das obras do Guarda Mall. Nada disso aconteceu e Álvaro Amaro também não conseguiu que aquele espaço voltasse a ter ocupação. Falhou a tentativa da Câmara ceder o direito de superfície do antigo matadouro para a instalação de uma unidade comercial. O único concorrente do concurso público aberto em março de 2016, não entregou a documentação necessária para a intenção ser validada, pelo que o procedimento ficou sem efeito. O objetivo do concurso visava a reabilitação, ampliação, exploração e gestão do espaço do antigo matadouro, no Bairro da Luz, cujo uso definido em PDM destina-se a comércio e serviços. O terreno e edifícios ali existentes são património da autarquia e foram avaliados em 288.463 euros.

Mercado quinzenal

A falta de condições do local do mercado quinzenal ainda está por resolver. Em 2015, a feira de São João realizou-se no centro da cidade e a mudança agradou à população e aos feirantes, que esperavam que esta fosse uma medida a adotar para o mercado quinzenal. Mas quatro anos depois de Álvaro Amaro chegar à Câmara tudo continua na mesma. A feira permanece no sopé do Hotel Vanguarda, em condições pouco dignas.

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