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O que disse o ministro

“O Interior” publica parte da intervenção de Correia de Campos, sobretudo a dedicada ao que será o novo Hospital da Guarda

«(…)O Hospital cujo programa hoje aprovámos foi organizado no pressuposto da criação do Centro Hospitalar da Beira Interior. Obedece a uma lógica de articulação, complementaridade e especialização produtiva. Terá uma área útil total de 21 mil metros quadrados, implicando um novo edifício com 10.600 metros quadrados e a remodelação profunda em edifícios pré-existentes. Acolherá 266 camas, 93 médicas, 82 cirúrgicas e outras de Saúde Mental, Cuidados Intensivos e Materno-Infantil.

Sim, Materno-Infantil. O Hospital manterá a sua maternidade, por ser a de maior actividade de toda a Beira Interior.

O programa funcional aposta na continuidade de cuidados nas patologias dominantes, sob a forma de gestão de leitos com utilização comum. Introduz-se uma nova especialidade de internamento, a Reumatologia, e cria-se, pela primeira vez, uma Unidade de Cuidados Intermédios (com 12 camas). Aumenta-se a capacidade da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes para 12 camas, algumas das quais poderão passar a estar dedicadas a Cuidados Intensivos Coronários, assim que a disponibilidade de meios humanos especializados o permita.

O programa funcional aposta na articulação com a Rede de Cuidados Continuados Integrados, a qual tem merecido grande desenvolvimento no Distrito da Guarda: conta já com 37 camas contratualizadas, prevendo-se o seu alargamento para 47 ainda este ano.

O novo Hospital da Guarda deverá, ainda, passar a ser considerado unidade de referência no tratamento das doenças oncológicas para a população de mais de 300 mil habitantes da Beira Interior, pelo que deverá, no contexto da Rede de Referenciação Oncológica, ser reclassificado em Hospital de Plataforma C. A nova unidade da Guarda disporá de assistência para doentes oncológicos em internamento cirúrgico e médico, consulta externa, hospital de dia (com capacidade para tratar 12 doentes, simultaneamente, e mais dois doentes em regime de internamento) e ainda os meios de diagnóstico necessários.

O novo Hospital de Guarda será também, para os habitantes da Beira Interior, unidade de referência no tratamento das Doenças Cardiovasculares, quer em regime de internamento, cirúrgico e não-cirúrgico, quer em regime de ambulatório, em consulta externa e urgência. O Hospital passará a dispor de uma Unidade de Cuidados Intensivos com capacidade para tratar os doentes cardiovasculares e, ainda, os meios de diagnóstico necessários mais modernos na especialidade.

Estarão criadas as condições para tratar os doentes cardiovasculares da Beira Interior na Beira Interior, tornando desnecessária a referenciação para Lisboa, Coimbra ou Porto.

Além das 14 camas de Obstetrícia, de outras tantas de Ginecologia e da existência de urgência obstétrica, com 3 salas de partos, para a assistência às crianças e recém-nascidos, o novo Hospital será apetrechado com 19 camas (das quais 4 para Neonatologia), consulta externa e um serviço de Urgência Pediátrica.

Aposta-se na assistência em regime de ambulatório: primeiro, com a construção de uma novíssima Unidade de Cirurgia de Ambulatório, com 2 salas operatórias e um recobro com capacidade para 8 camas; segundo, com o desenvolvimento do Hospital de Dia, com criação de um HD Geral (sala com capacidade para 6 doentes e 1 sala só para crianças), um HD de Oncologia (sala para 12 doentes) e uma Consulta de Dor (sala para 2 doentes).

O Serviço de Urgência também será completamente novo. Irá ser construído um Bloco Operatório novo, com 4 salas operatórias, uma exclusivamente dedicada a cirurgias urgentes, e com 8 camas de recobro.

O novo Hospital terá uma área completamente nova para consultas de especialidades médicas, cirúrgicas e assistência materno-infantil. O Hospital da Guarda irá assegurar a assistência em Saúde Mental, dispondo de um departamento de internamento com 20 camas, assim como de consulta e de espaço para realizar terapêutica de dia. Assim se cumprem os bons conceitos de tratar a doença mental o mais próximo possível da comunidade de origem do doente.

Ainda, novos serviços são previstos: Laboratório Central (com Bioquímica, Imunologia, Microbiologia, Hematologia, Hematologia Molecular, Anatomia Patológica), Imagiologia (com Raio X Convencional, Mamografia, Ecografia, Osteodensitometria, TAC, Ressonância Magnética), Exames Especiais (Cardiologia, Pneumologia, Neurologia, Gastrenterologia, Ginecologia, Obstetrícia, Dermatologia, Oftalmologia, ORL), Esterilização e Serviços Farmacêuticos.

Aqui chegados, quais os próximos passos?

Antes de mais, devolver o novo programa funcional ao gabinete projectista para que trabalhe, sem demora, no novo projecto. Em simultâneo, há muito outro trabalho a executar.

Desde logo, a opção decisiva pelo modelo institucional: Centro Hospitalar, congregando Covilhã e Castelo Branco, a criar desde já? Centro Hospitalar a criar só depois, quando todas as nuvens se dissiparem e as teias e enleios se afastarem do vosso caminho? Mas será lícito pedir-vos que esperem pela indecisão de outros?

(…)

Assim sendo, e não havendo objecções da vossa parte, deverão ser de imediato realizados os trabalhos preparatórios: “plano de negócio”, planeamento a 3 ou 5 anos, modelo da transição das actuais instalações para as futuras, incluindo o modelo integrado. Bebendo em experiências recentes, metade do caminho pode ser poupado. (…)».

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