Arquivo

O que aumenta em 2014

O novo ano traz consigo novos preços e exigências para os portugueses, que enfrentam mais custos e podem ainda ser surpreendidos com novos aumentos. Entre subidas já garantidas, a inflação prevista de um por cento e o “buraco” orçamental de 338 milhões deixado após o chumbo do Tribunal Constitucional à convergência das pensões, o futuro adivinha-se “pesado” para os “bolsos” dos portugueses.

Taxa audiovisual (+18 por cento)

A contribuição para o audiovisual custa este ano mais cinco euros aos portugueses que, ao que tudo indica, vão pagar 34 euros em 2014. Esta taxa, que é cobrada na fatura elétrica e ajuda a financiar a RTP, vai aumentar cerca de 18 por cento, passando assim a custar 2,81 euros por mês, mais 40 cêntimos do que em 2013.

Tabaco e bebidas alcoólicas (+5 por cento)

Os impostos sobre o tabaco e bebidas alcoólicas vão aumentar, sendo esta inflação resultado do acréscimo do Imposto Especial de Consumo, que se fixa nos 25 por cento (antes era de 20 por cento). Esta subida afeta não só os maços de tabaco, mas também as cigarrilhas, charutos e tabaco de enrolar. Já no que diz respeito às bebidas alcoólicas, o imposto também sobe cinco por cento.

Eletricidade (+2,8 por cento)

O aumento dos custos com a eletricidade é um dado certo. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou, em dezembro, uma subida nos três primeiros meses do ano: os consumidores normais pagam mais 2,8 por cento e quem tem tarifa social mais um por cento. Estas mudanças, aplicadas aos clientes da tarifa regulada, devem ser extensíveis ao mercado liberalizado, que deverá promover uma subida idêntica. Por exemplo, numa fatura de 46,5 euros, o aumento é de 1,21 euros.

Gás natural (+2,8 por cento)

A tarifa regulada de gás natural vai custar mais 2,8 por cento a 800 clientes domésticos com consumos até 10 mil metros cúbicos, antecipa o Diário Económico. Estas contas serão aplicadas nos primeiros três meses de 2014.

Telecomunicações (+2,8 por cento)

No caso das operadoras os aumentos são mesmo superiores à inflação prevista. Os tarifários da Zon Optimus e da TMN vão ficar, em média, 2,5 por cento mais caros, enquanto a Vodafone fará vigorar o aumento a partir de fevereiro. Por seu lado, nos pacotes, a PT apresenta preços 2 por cento mais caros e a Zon Optimus promove uma subida de cerca de 2,5 por cento, sendo que os pacotes de “quadruple play” m40 e Zon4i não sofrem alterações. Já a Meo tem subidas na ordem dos 2 por cento.

Transportes (+1 por cento)

Ano novo, novo aumento nos transportes públicos. Desde janeiro de 2011 que as subidas são constantes neste sector, que acompanha a inflação com um acréscimo previsto de 1 por cento. O ano passado a subida foi de 0,9 por cento.

Rendas (+1 por cento)

Também as rendas acompanham o aumento estimado da inflação e vão ser atualizadas com o aumento de um por cento. A informação foi publicada em Diário da República em setembro, sendo que a subida começou a ser aplicada no passado dia 1 pelos respetivos senhorios. Nos últimos anos, alguns inquilinos decidiram não o fazer, atendendo à crise vivida no país.

Taxas moderadoras (+0,6 por cento)

As taxas moderadoras já são mais caras nos hospitais. Este aumento verifica-se porque as taxas estão indexadas à inflação e, segundo o Orçamento de Estado para este ano, a taxa de inflação média anual deve rondar os 0,6 por cento. Deste modo, é essa a diferença que se fará notar nas contas dos portugueses, segundo o Jornal de Negócios. No entanto, os custos mantêm-se nos centros de saúde, onde as consultas continuam fixadas nos cinco euros.

Água (+)

O acréscimo na fatura da água é quase certo, mas a decisão é tomada a nível local. O défice tarifário que afeta o sector deverá promover, de forma quase generalizada, o aumento de preços, como acontece na Guarda (edital publicado nesta edição). Na cidade mais alta há um aumento de dois por cento para consumos domésticos iguais ou inferiores a 15 metros cúbicos mensais, enquanto consumos superiores a 16 metros cúbicos vão custar mais quatro por cento do que em 2013.

Gasóleo IUC (+)

O Governo espera arrecadar 56 milhões de euros com o aumento da tributação para os carros a gasóleo. Estes automóveis vão pagar uma taxa adicional em sede de Imposto Único de Circulação, sendo que acresce à atualização anual uma inflação que pode ir dos 1,39 aos 68,65 euros, variando consoante a idade do veículo e respetiva cilindrada. O Orçamento de Estado prevê ainda um aumento entre 15 e 35 por cento no imposto a pagar pelas empresas com os carros de serviço.

Pão e Leite (=)

Os produtores deverão optar por manter os custos do pão e do leite, não sendo expectáveis aumentos nos próximos meses, garantiu o presidente da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP) à Lusa. Esta decisão tem em conta as «circunstâncias macroeconómicas», indicou Francisco Silva, salvaguardando que «não temos condições para fazer subidas de preços». O preço deve manter-se «à custa da indústria», que «está a suportar os aumentos dos custos», lamentou então o responsável.

Portagens (=)

As taxas de portagens praticadas nas autoestradas portuguesas permanecem nos valores do ano passado, tratando-se da primeira vez que tal acontece desde 2010. A manutenção dos preços aplica-se em todas as autoestradas das concessionárias a operar em Portugal e a novas subconcessões que entrem em funcionamento em 2014. Estes valores são atualizados com base nos dados da taxa de inflação homóloga sem habitação do Instituto Nacional de Estatística, registada no final de outubro, e que ficou abaixo de zero.

Medicamentos genéricos (=)

Os medicamentos genéricos não devem sofrer qualquer alteração este ano. O Ministério da Saúde cancelou a revisão de preços prevista, pelo que os genéricos mantêm os preços praticados ao longo de 2013. A justificação apresentada, em Diário da República, é que estes medicamentos não sofreriam «alterações significativas» nos custos.

Restauração (?)

Ainda não se sabe o que vai acontecer com os preços da restauração, mas podem verificar-se aumentos. Isto porque, com o IVA a manter-se nos 23 por cento, os estabelecimentos podem promover subidas para “segurar” o negócio: «Se os estabelecimentos não aumentarem os preços só têm um caminho, que é fechar», disse José Manuel Esteves ao Público. Para o diretor-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal diz mesmo que, apesar da crise, o acréscimo dos custos de contexto leva a que o aumento seja «natural».

Sara Quelhas

Sobre o autor

Leave a Reply