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«O principal objetivo do mandato é conseguir novas instalações para a Cruz Vermelha»

Cara a Cara – Maria do Carmo Borges

P – O que a levou a aceitar o desafio de presidir à delegação da Guarda da Cruz Vermelha?

R – Essencialmente, foi a muita insistência por parte da pessoa que me convidou para o cargo, que é o presidente cessante. Numa primeira instância, coloquei algumas reticências, mas perante essa insistência, que focava sobretudo a possibilidade de ajudar a melhorar as condições de vida das pessoas da região, acabei por aceitar. Tinha também alguma vontade de sentir e experimentar o voluntariado e espero agora, enquanto presidente, emprestar as minhas capacidades e a minha experiência adquirida enquanto presidente da Câmara da Guarda e Governadora Civil.

P – Que projetos tenciona implementar neste mandato?

R – O principal objetivo passa por conseguir novas instalações para a sede da Cruz Vermelha da Guarda, uma vez que as atuais carecem de condições para o exercício das funções inerentes a esta instituição. O espaço que funciona como armazém é exíguo e dispomos apenas de uma sala para reuniões e formações. Acresce a isto a agravante da sede funcionar num espaço cujo aluguer implica um encargo elevado. Nesse sentido, já contactámos a Câmara Municipal e estamos em sintonia na procura de uma solução. Noutro âmbito, pretendemos promover um conjunto de parcerias com outras instituições, de modo a haver uma cooperação mútua e um trabalho em rede, pois não faz sentido as organizações fecharem-se em si mesmas e desenvolverem iniciativas isoladas quando o objetivo comum é ajudar a melhorar as condições de vida da sociedade. Posso adiantar que, nesse âmbito, já há desafios para serem lançadas essas parcerias. De resto, há mais projetos, mas cuja exequibilidade não está ainda garantida, pelo que apenas serão revelados quando a sua concretização estiver assegurada.

P – Tem planos para resolver a falta de voluntários e de uma sede, considerados «preocupantes» pela direção cessante?

R – A nível de voluntários, temos registado até uma boa afluência de pessoas com novas e boas ideias, e com vontade de ajudar e de participar nesta causa. Mas, mesmo assim, espero que venha ainda mais gente, pois na questão do voluntariado toda a ajuda é pouca. Posso adiantar que estamos a planear fazer, em colaboração com a autarquia e a PSP, um levantamento do número de idosos que vivem isolados, uma vez que se trata de um problema que está muito “na moda”, sobretudo nas grandes cidades. E há gente que vem ter connosco precisamente com a ideia de ajudar esses idosos e é também nesse sentido que pretendemos fazer essa parceria, para melhor encaminharmos esses voluntários. A questão dos voluntários foi algo que deixei bem vincado quando tomei posse: não é um problema de quem está na direção, é um problema de todos e todos temos de ajudar. E o voluntariado parte precisamente daí, daqueles que vêm na disposição de dar o seu contributo e as suas ideias para ajudar o próximo. Em relação à sede, como já referi, tive uma primeira reunião com o presidente da Câmara, que mostrou alguma abertura no sentido de ajudar a Cruz Vermelha da Guarda a encontrar um espaço definitivo. Penso que haverá algumas soluções, mas que eu não vou avançar para já, até porque é uma questão que está a ser tratada e que será tornada pública quando houver uma decisão definitiva.

P – Que diagnóstico faz da situação financeira da instituição?

R – Não posso dizer que encontrei uma situação má na Cruz Vermelha. É certo que não é “folgada”, mas também não é negativa. Com a Câmara, há alguma verba em atraso, porque a própria autarquia não tem tido possibilidade de cumprir nessa área, mas estamos em crer que o pagamento será feito a curto ou médio prazo. Mas, no geral, devo dizer que a direção cessante teve a preocupação de fazer uma ótima gestão.

P – Há algum fator que identifique como potencial comprometedor de medidas e atividades?

R – A situação financeira a nível nacional compromete muita coisa, essencialmente porque torna mais difícil a questão dos donativos, pois por muitos peditórios que possamos fazer é sempre difícil contarmos com que as pessoas nos deem muito. Ainda assim, contamos com aqueles que, apesar de todas as dificuldades, possam e queiram ajudar. Importa aqui realçar que cada delegação vive de donativos que consegue a nível local, porque a sede nacional não contribui para as atividades. E assim, cada delegação tem de “arranjar” os próprios meios. Mas estou convicta que vamos conseguir, e assim realizar todas as atividades a que nos propusermos. Em suma, penso que há condições para fazer um bom trabalho.

Maria do Carmo Borges

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