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O primeiro dos não internacionais

O árbitro covilhanense Carlos Xistra foi considerado o melhor árbitro da Iª categoria na época 2003/04

Carlos Xistra continua em grande. Aos 30 anos, o árbitro covilhanense foi considerado o melhor árbitro da Iª categoria na época 2003/04 pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e pela Comissão de Arbitragem da Liga. Depois de na temporada transacta, ter ficado na quinta posição, o “homem do apito” da Associação de Futebol de Castelo Branco vê reforçada a sua ambição de ser o “senhor que se segue” quando se abrir uma vaga para mais um árbitro português passar a apitar jogos internacionais, em 2005/06.

Carlos Xistra, que iniciou a sua carreira com 18 anos, ficou «naturalmente satisfeito» quando soube que tinha sido eleito o melhor árbitro do país: «É o sonho de qualquer árbitro quando chega à Iª categoria nacional», frisa. Apesar de reconhecer que estava à espera de superar o quinto lugar da temporada passada, tendo em conta as indicações deixadas pelos relatórios técnicos ao longo da época, o jovem covilhanense confessa que o primeiro lugar acaba por ser uma «boa surpresa». Esta excelente classificação, obtida apenas na sua quarta temporada no escalão máximo, mostra que o percurso de Carlos Xistra na arbitragem nacional tem sido uma «carreira em crescendo», sublinha o próprio, recordando que na época de estreia foi 23º classificado, seguindo-se o 15º, 5º e agora o tão ambicionado primeiro lugar. Desta forma, alcançado o topo da arbitragem nacional, «só falta mesmo chegar a internacional», mas como este ano não vão abrir vagas, só na época 2005/06 é que Xistra poderá receber as insígnias da FIFA, acreditando que vai ser o escolhido, atendendo às classificações obtidas nos dois últimos anos. Daí que concorde com o epíteto de ser o «primeiro dos não internacionais», afirmando ser com uma «certa pena» que vê o facto de não existirem vagas para que possa chegar a internacional já este ano. Ainda assim, salienta que esta «não vai ser uma época perdida», já que vai servir para «fortificar alguns parâmetros no acompanhamento dos jogos», reiterando que a chegada a internacional é um «sonho», mas não uma «obsessão». De resto, e a «mais curto prazo», o árbitro covilhanense espera estrear-se a apitar um «derby entre os três grandes», bem como a final da Taça de Portugal, «que é a festa do futebol e um jogo único», frisa.

Recorde-se que no ano transacto quando foi quinto classificado, Xistra realçou que a arbitragem de Castelo Branco «tinha a obrigação de estar melhor», considerando que os árbitros do distrito deveriam «habilitar-se mais e serem mais ambiciosos» para que um dia possam surgir outros representantes na primeira categoria nacional. O árbitro da Covilhã mostrou-se ainda «totalmente a favor» da profissionalização do seu sector, como já sucede noutros países europeus: «Não é lógico de forma nenhuma que um elemento decisivo no resultado final de uma partida seja amador, trabalhe oito horas por dia e, no final desse período, tenha que fazer mais duas de treino e não ter as condições mínimas para que possa canalizar todo o seu trabalho durante a semana para o jogo que vai efectuar», constatou. Ainda para mais com os números «exorbitantes» do futebol, onde os jogadores ganham milhares de euros e há muito dinheiro em disputa em cada jogo, reforçou. Entretanto, com o começo da SuperLiga e da Liga de Honra marcado para 29 de Agosto, a Comissão de Arbitragem já agendou o arranque para a temporada da arbitragem. Desta forma, nos dias 12, 13 e 14 de Agosto, os árbitros e árbitros-assistentes da primeira categoria reunir-se-ão, em local ainda por designar, para o Curso de início de época, em que serão traçadas as directrizes para a temporada 2004/05.

Ricardo Cordeiro

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