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O primeiro dia do resto da vida da ASTA

Associação Sócio-Terapêutica de Almeida inaugurou instalações definitivas no último sábado

O último sábado foi um dia de grande festa e alegria para a ASTA – Associação Sócio-Terapêutica de Almeida que inaugurou finalmente as suas instalações definitivas. Garantidas melhores condições para toda a gente que trabalha e vive na instituição, que visa a integração e apoio a jovens e adultos necessitados de cuidados especiais, a sua fundadora e presidente já pensa no futuro, ambicionando alargar a campanha “Ser amigo da ASTA” a mais de mil pessoas.

Visivelmente satisfeita e emocionada, Maria José Dinis da Fonseca sublinhou que sábado foi um dia «muito feliz» na sua vida, tanto como há exactamente 27 anos «quando o meu filho Marco nasceu», já que foi para ele e para outros jovens como ele que sonhou «este sonho» e quis construir esta obra. Agora, persiste a ambição de que os dias do futuro sirvam para «dar consistência a todo este projecto que se prende essencialmente com a raiz do ser humano». Contudo, a pedagoga curativa acredita que a inauguração do Centro de Apoio a Pessoas Necessitadas de Cuidados Especiais é o começo de «um grande projecto a nível humano e social para que no futuro, não só jovens com deficiência, mas também todas as pessoas da região da Guarda ou do país» sejam tocadas para o «despertar de consciências» em relação à diferença e às pessoas com deficiência. «Temos que abrir a nossa consciência e perceber que é tempo de vermos a pessoa com deficiência de uma outra forma. Eles não serão nunca mais os “coitadinhos”, mas sim alguém que nos obriga a fazer coisas como esta, que foi feita não por acaso, mas por eles», reforça.

Para trás ficou um processo difícil, principalmente no que toca ao financiamento da obra. «Foi uma luta enorme, mas costumo dizer que coisas fáceis não têm mérito. Tivemos grandes questões a nível financeiro e até para podermos construir neste local, recusado inicialmente, mas foi depois compreendido que era aqui o local ideal», recorda. De resto, «continuamos a ter carências económicas para pagar tudo o que falta nesta obra», que ainda está «inacabada». Mas o optimismo permanece e graças a uma «perseverança e uma determinação enorme», Maria José Dinis da Fonseca acredita que a obra de Cabreira do Côa vai ser concluída: «Estamos convencidos de que esta obra vale a pena e penso que vai haver um esforço conjunto no sentido de a continuar», acredita. A nova casa aumenta a capacidade da ASTA em receber mais jovens, podendo ficar de imediato 15 jovens, mais quatro do que até agora, isto apesar da capacidade ser de 30. Só que a entrada de mais utentes vai ser feita de forma gradual, de modo a que quem já lá está «não sofram com o choque.

Para ajudar a minorar as dificuldades financeiras que afectam esta Instituição Particular de Solidariedade Social, a ASTA aproveitou a inauguração para desencadear a campanha “Ser amigo da ASTA”, «que se vai espalhar pelo país inteiro». O procedimento a seguir é simples: «Um amigo leva uma ficha a um amigo» que, pela «módica quantia de 20 euros», passará a integrar a Liga dos Amigos da ASTA. Desta forma, «se tivermos muitos milhares de amigos, os nossos problemas de futuro estarão ultrapassados», espera. Actualmente, a associação já tem um «bom grupo de amigos», mais de 200, que a «pouco e pouco se vão alargando, mas contamos ter muito em breve mais de mil e assim legalizar a Liga de Amigos da ASTA». Em contrapartida, os associados poderão usufruir de algumas vantagens, como «terem as portas da ASTA sempre abertas». Outro benefício é a pratica de «turismo saudável e solidário» nas «bonitas» casas da aldeia que agora ficaram vagas, pagando apenas «algo simbólico».

Ricardo Cordeiro

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