Conta a história que o primeiro presépio popular foi criado, em 1223, por São Francisco de Assis. Com autorização do Papa, tendo em conta que na altura a Igreja não permitia a realização de representações litúrgicas nas paróquias, Assis montou o primeiro presépio numa gruta, em Itália. Convidou os frades e o povo a celebrar o Natal na gruta, com o intuito de, através da simplicidade do cenário, lhes mostrar a humildade com que o Salvador veio ao mundo.
Com origem hebraica, a palavra presépio significa “manjedoura” ou “estábulo”. Crê-se que as primeiras imagens que representavam a natividade de Jesus se encontram, desde o século VI, em mosaicos que decoram o interior de igrejas e templos. A partir daí, a ideia passou para conventos e casas nobres, com representações cada vez mais luxuosas (algumas delas consideradas verdadeiras obras de arte). Com o passar do tempo, os presépios tornaram-se cada vez mais vulgares, mais simples e populares.
O típico presépio é constituído por várias figuras, todas elas com um significado. Os animais são sinal da simplicidade do local onde Jesus nasceu; os pastores simbolizam a humildade; o anjo é o mensageiro de Deus e representa a celebração do nascimento de Jesus, no céu; a estrela simboliza a luz de Deus, o caminho que se deve percorrer para encontrarmos Jesus; os reis magos simbolizam a ciência; José representa a terrenidade; Maria, mãe de Jesus, é responsável pelo nascimento do Salvador; o menino, em palhas deitado, é o filho de Deus que se fez homem, para dar a sua vida pela humanidade.
Em Portugal, surgem documentados presépios, ligados a instituições religiosas, no século XVI. Uma tradição que começa a ganhar influência no país a partir do século XVII, sofrendo um forte desenvolvimento no período Barroco, no qual artistas como Machado de Castro executam alguns dos mais ricos e belos exemplares hoje preservados. No século XIX, o presépio começou a ser objeto da arte popular, caindo em desuso a criação de presépios monumentais.