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O outro jornalismo de Tiago Rodrigues

As formas alternativas de falar dos factos que são “notícia” inspiram peça de teatro que sobe ao palco na Covilhã, no âmbito do Festival Y

“Se uma janela se abrisse”, de Tiago Rodrigues, é o próximo espetáculo em cartaz no Festival Y. A peça vai subir ao palco do auditório do Teatro das Beiras, na Covilhã, na terça-feira.

Substituir o discurso público pelo íntimo é o ponto de partida desta criação, que descobre formas alternativas de falar dos factos que são “notícia”. Graças a elas, nasce um outro “jornalismo”, à escala humana de um palco, onde um olhar entre dois atores pode ter a mesma importância que o fenómeno do aquecimento global. «O que vemos quando assistimos às notícias, às oito da noite, num canal de televisão? Uma proposta da realidade. Uma empresa de jornalismo diz-nos o que é importante no espaço/tempo de um dia. E diz-nos que aquela é a realidade de que fazemos parte», adianta a produção. Em 2009, com “Outro Dia”, o autor já tinha feito um primeiro esboço deste projeto que apresentou a solo no Teatro Maria Matos. Recorrendo à dobragem de vozes, substituiu as palavras de um telejornal por outras, as suas, na tentativa de contar a história de um outro dia.

O título “Se uma janela se abrisse” nasce dos versos de Alberto Caeiro, ele próprio versão pública da intimidade de Fernando Pessoa. Esta peça foi nomeada para espetáculo do ano de 2010 pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e tem interpretação de Paula Diogo, Cláudia Gaiolas, Tónan Quito, Tiago Rodrigues e DJ ALX.

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