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«O objetivo é aumentar o número de praticantes e formar atletas de alta competição»

Cara a Cara – Rui Tarelho

P – Quais as expetativas da organização para o Campeonato de Taekwondo que se realiza este fim de semana na Guarda?

R – O que esperamos é que a prova decorra com normalidade, que as equipas gostem do espaço e da cidade, que o público venha assistir, que a Federação Portuguesa de Taekwondo (FPT) reconheça o nosso empenho e que mais provas destas – e ainda melhores – possam vir para a Guarda.

P – Que associações estão envolvidas na organização? Como chega este Campeonato à Guarda?

R – A organização efetiva da prova é da competência da Federação Portuguesa de Taekwondo, sendo que esta promove o evento em parceria com uma associação, desta feita a da Guarda, e com o apoio do Clube SCCeloricense. Este campeonato chega à Guarda pela adjudicação da prova pela FPT à nossa associação após uma candidatura coerente. A intenção de realizar a competição na cidade vem também da vontade de assinalar os 10 anos desta modalidade na Guarda, que coincidem com os 40 anos de taekwondo em Portugal.

P – O que falta fazer pelo taekwondo na cidade e na região?

R – Ainda há muita coisa a fazer. Esta região é, por natureza, muito fraca em relação à mentalidade desportiva e a maior batalha ainda é a cultura das famílias e a forma como veem o desporto na vida dos jovens. Em relação ao taekwondo, estamos a abrir mais academias na região e vamos organizar mais eventos para promover a modalidade. O grande objetivo é aumentar o número de praticantes e formar atletas de alta competição. O apoio das instituições locais e das entidades desportivas são fundamentais para o desenvolvimento desta arte marcial olímpica.

P – O que diferencia o taekwondo das outras artes marciais?

R – Esta é a questão mais frequente quando se fala de artes marciais, pois tende-se a procurar a “melhor”, algo que não faz grande sentido, pois todas elas têm enormes qualidades e todas merecem respeito. O que posso dizer é que o taekwondo é uma das duas artes marciais olímpicas, juntamente com o judo. Este estatuto foi conseguido em 92 e desde então o taekwondo tem aumentado a sua credibilidade e número de praticantes. É uma arte muito dinâmica, contemporânea, muito apoiada na ciência desportiva e nas novas tecnologias. É um desporto ideal para os jovens, pois não só trabalha competências físicas mas fundamentalmente molda capacidades intelectuais e formas sociais.

P – Quantos atletas praticam a modalidade no distrito da Guarda?

R – Neste momento temos cerca de 200 atletas filiados no distrito da Guarda, sendo que se dividem em dois grandes clubes de competição – o SC Celoricense e os Jovens d’ouro (atuais campeões nacionais de cadetes e juniores femininos de combates).

P – Quais são as principais dificuldades com que se depara a associação, nomeadamente para desenvolver a modalidade no distrito?

R – As maiores dificuldades destes desportos prendem-se com obstáculos financeiros, mas também com a falta de apoios das entidades governamentais do desporto nacional. Para além da barreira financeira, da cultura desportiva residual e do clima, temos também o problema das competências específicas e carecemos de maior número de técnicos formados nesta área para dar continuidade a um projeto que está em desenvolvimento desde 2014 (ano da primeira escola de taekwondo na Guarda)

P – Que projetos tem a associação a curto e médio prazo?

R – Abrir mais academias, fidelizar os atuais alunos e abrir mais turmas de formação, levar atletas às competições internacionais e organizar mais eventos nacionais e eventos internacionais.

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