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«O NDS já não é um clube sem sócios»

Cara a Cara – Entrevista

P – Como encara a função de presidente do NDS?

É um desafio na sua vida?

R – É a continuação de um trabalho que já vinha a ser feito há alguns anos no clube, quer como colaborador ou como membro da direcção, dando apoio técnico e ajudando em tudo o que era necessário para além da logística. Foi também o assumir da liderança de uma equipa heterogénea.

P – O que o levou a candidatar-se?

R – Era preciso criar um corpo directivo mais estruturado, com responsáveis específicos para cada valência da associação, e esta lista vai ao encontro dessa necessidade. Há um conjunto de pessoas que têm mais apetência para uma determinada área e assim consegue-se liderar todas as áreas, tendo em conta a actual dimensão do NDS. O objectivo é manter a mesma linha do que tem vindo a ser bem realizado. Por isso algumas das pessoas da anterior direcção também integram esta nova lista.

P – Neste momento, como é que se encontra o NDS?

R – Actualmente, o clube tem muitos atletas. Ao nível do futebol, entre infantis, iniciados, juvenis, juniores e seniores, contabiliza-se um total de 237 praticantes. Também a ginástica e o desporto aventura têm muitos praticantes. Por exemplo, nas férias escolares participaram cerca de 100 crianças, dos 12 aos 16 anos, e nas caminhadas cerca de 60 pessoas, dos 7 aos 77 anos. Tudo isso para além da vertente social do NDS, que tem uma grande abrangência na freguesia de São Miguel e mesmo no concelho da Guarda com os programas “Entre Famílias” e “Tu Decides”, ambos inseridos no programa “Escolhas 2ª Geração”. No primeiro caso pretende-se atingir nas diversas actividades cerca de três mil pessoas, enquanto o segundo projecto é dirigido a cerca de 1.800 utentes.

P – Qual vai ser a aposta para o futuro?

R – Passa pelo desenvolvimento das actividades para as quais o NDS tem mais apetência, que é nas camadas de formação. É nossa intenção promover as camadas mais jovens, onde o clube tem feito um bom trabalho e tem conseguido grande notoriedade. Depois há um leque variado de actividades desportivas e lúdicas, ao nível da freguesia, mas não só.

P – Mas o NDS não é só desporto…

R – Não, também tem a vertente da acção social e de actividades culturais. Dispõe, por isso, de um ATL, que já está no limite da sua capacidade. Há ainda os projectos referidos anteriormente, sendo que um (“Entre Famílias”) é mais vocacionado para apoiar situações carenciadas e outro (“Tu Decides”) mais direccionado para contribuir para a integração de minorias étnicas e emigrantes na sociedade. Ambos dispõem de instalações físicas criadas para o efeito e nesta primeira fase tem sido feito um trabalho de análise e investigação. Depois há outras iniciativas, como o Grupo de Cantares ou o teatro.

P – Projectos para o futuro?

R – Há vários, tanto na área social, como no desporto. Destaco a criação de uma cozinha, em fase final de aprovação, porque o NDS desenvolve várias actividades em diferentes locais e é uma infraestrutura que nos faz falta. Neste momento há um protocolo com um restaurante que serve as refeições para o ATL e para as outras actividades. Depois há uma velha ambição para colocar também em prática, que é um serviço de apoio domiciliário para a freguesia. Para o futebol está prevista a construção das bancadas no campo do Carapito. O projecto, chumbado inicialmente, está a ser reformulado e, para além das bancadas, vai contemplar duas zonas de apoio. Numa segunda fase será feita a parte da cobertura. Outro projecto, que deve ser supra-clube para ser possível concretizá-lo, é o relvado sintético.

P – O NDS ainda continua a ser um clube sem sócios?

R – Historicamente o NDS não era futebol, mas voleibol. E foi esta modalidade que durante vários anos deu visibilidade ao clube, a nível local e nacional. Nessa fase, de facto, eram os pais dos atletas que os transportavam para os jogos e ajudavam em termos financeiros. Por isso, houve um período em que a associação não tinha sócios. Agora é diferente e o NDS já tem alguns sócios, mas é claro que interessa arranjar mais associados e apoios. Até já tentámos angariar mais sócios através de “placards” publicitários, será uma vertente a explorar.

P – O que pensam fazer para cativar mais sócios?

R – Primeiro, é preciso organizar a estrutura directiva. Para além disso há outras actividades que podem ser desenvolvidas para atrair mais sócios. A minha experiência no associativismo diz-me que as pessoas ou estão por vontade ou, forçadas, ninguém aparece. Por isso é melhor que sejam poucos, mas activos, do que muitos e não participantes.

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