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O melhor do Fantasporto em seis sessões

Mostra de cinema fantástico e de terror começa esta noite na Mediateca VIII Centenário

O melhor de 25 anos do Fantasporto merece um ciclo na Mediateca VIII Centenário. O Festival Internacional de Cinema do Porto, que comemorou este ano um quarto de século, descentraliza-se e está pela segunda vez na Guarda com seis filmes de culto do género fantástico, terror e ficção científica. A mostra arranca esta noite com “Braindead – Morte Cerebral”, de Peter Jackson. Para apreciadores de emoções fortes.

O Fantasporto é o mais importante festival de cinema do nosso país, tendo por ali passado inúmeros filmes que são hoje considerados verdadeiros clássicos do cinema mundial. Foi também no Porto que Portugal descobriu realizadores essenciais como David Cronemberg, David Lynch, John Carpenter, Peter Jackson, Luc Besson, Bigas Luna, entre outros. O Fantas, que decorre sempre em Fevereiro, é hoje um evento mundialmente consolidado e um local de passagem obrigatória para os novos valores da Sétima Arte, sobretudo realizadores relacionados com as cinematografias alternativas e oriundas de países europeus e asiáticos. Contudo, a mostra da Guarda privilegia o terror, os “thrillers” e uma única comédia satírica, tudo filmes para gente avisada. É assim com “Braindead” (1992), de Peter Jackson. O realizador neo-zelandês, tornado famoso com a saga “O Senhor dos Anéis”, fez a mão em diversas produções de terror “gore”, sendo que este filme é a sua obra mais representativa dessa fase. Heróico, delirante, impactante e muito, muito sangrento, “Braindead” é um festival de efeitos especiais impressionantemente realistas.

Na segunda-feira, muda-se de registo com “Feebles, os Terríveis” (1992), também realizado por Peter Jackson. Trata-se do seu segundo filme, que é um autêntico delírio satírico em torno dos “Marretas”. Aqui, os bonecos adoram o grotesco, o sexo, a corrupção e a violência. Um dia depois é exibido “A Vingança de Jack” (1993), de Garth Maxwell. Este filme neo-zelandês obteve três prémios no Fantas de 1994 e assenta num ambiente inquietantemente perverso e de extrema violência visual desde a sua primeira cena. Há depois, dia 15, o americano “Henry – Retrato de um Assassino” (1986), de John MacNautghton. Este filme é baseado numa história verídica de um temível “serial killer” que gostava de matar pessoas sem nenhum motivo e sempre de maneira diferente. Dia 19 é exibida “Serenata da Morte” (2002), do espanhol Vincente Martin. A acção passa-se em Salamanca onde um assassino moralista resolve matar os piores alunos da universidade durante as festas estudantis. A mostra termina a 20 de Abril com a “Crónica de um Morto-Vivo” (1999). O realizador Andrew Parkinson mostra o lado íntimo do monstro imaginado nos anos 70 por George Romero. Esta iniciativa resulta da colaboração entre a Cinema Novo, entidade organizadora do Fantasporto, e a Mediateca VIII Centenário/Câmara da Guarda. Todas as sessões têm entrada livre.

Luis Martins

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