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O Hospital dos Covões e o futebol

Saliências

O acontecimento mais grave a que se assiste no Centro Hospitalar de Coimbra é especificamente o mal de rins. Por mais que tentemos fugir não temos jeito de cintura que nos esquive dos problemas. Eles são a falta de unidade ambulatória de cirurgia, a presença de crianças entre adultos uma vez que não se operam todas as crianças no pediátrico – uma recomendação OMS que não respeitamos, a falta de instalações condignas sanitárias para os doentes, a falta de enfermarias com respeito das normas de higiene exigidas ao privados, a falta de elevadores condignos, a falta de fardamento, a falta de uma política do medicamento, a ausência de circuitos de pessoas e lixo, já agora diferentes e tudo isto que não é pouco, e o mais que não quero tornar público por vergonha ou decoro, são causa de instabilidade. Mas no passado recente tínhamos um sonho. Virá um dia alguém construir uma unidade nova, virá quem nos dê dignidade e alguma importância. É que nos Covões há exemplos de bom trabalho e de bem servir, há gente que nesta completa adversidade faz o melhor que pode e o melhor que lhe deixam para o bem dos doentes. E quando olhamos o parque de estacionamento inaceitável sabíamos que um dia teríamos um melhor,. O mesmo se passava com a falta de unidade de cuidados paliativos que um dia alguém nos construiria. Sonhávamos com uma zona de fisioterapia por entre os arvoredos. Só que a esperança está a ser terraplanada. A esperança eram os terrenos imensos que nos cederam os colonos do Brasil para a Saúde. A esperança era haver lugar de crescimento virgem que dava a hipótese de um dia sermos melhores. Mas heis que se decide montar no lugar da esperança um campo de futebol de um hectar. É o momento mais inédito da gestão dos espaços hospitalares. S. João oferece ao Paranhos, os HUC dão aos Olivais, a Guarda dá ao NDS e começamos o campeonato nacional dos hospitais. Está tudo doido e ninguém lhes deita mão.

Por: Diogo Cabrita

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