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O homem que embarackou a América

observatório de ornitorrincos

Na última terça-feira, os EUA voltaram a demonstrar que são uma nação profundamente racista e mandaram um afro-americano para o pior e mais difícil emprego do país. Barack Obama vai ter de resolver duas guerras, enfrentar a pior crise económica das últimas décadas, resolver o problema de milhões de pessoas que ficaram sem emprego, sem casa e sem batatas fritas. Resumindo: os americanos, uma vez mais, mandam os pretos limpar a merda que os brancos fizeram. Uma prova de que este emprego era o menos desejado na América é o facto de além de Obama só concorreram à vaga um velhote reformado e uma dona-de-casa desocupada.

Felizmente em Portugal não há racismo assim e os portugueses de tez mais escura (ou europeus de leste ou africanos, que a Europa é um espaço aberto e tolerante, ao contrário dos EUA) são recrutados principalmente para os postos de trabalho mais importantes para o futuro da nação, na construção do novo aeroporto e do TGV. Aliás, não haver minorias étnicas na política portuguesa é o maior sinal de respeito que por elas pode haver. Diz-se muitas vezes que a imigração serve para executar o trabalho sujo que os nacionais não querem fazer. Em Portugal é ao contrário, para fazer trabalho sujo há sempre candidatos. E se não há, Pedro Santana Lopes apresenta-se.

No seu discurso de vitória, Barack Obama prometeu às filhas que elas podiam levar um cachorro para a Casa Branca. De imediato várias associações de defesa dos direitos dos felinos protestaram contra a primeira medida discriminatória da administração Obama. Barack Obama podia ter feito história, se fosse o primeiro presidente americano desde Woodrow Wilson a não ter um cão como mascote. Mas infelizmente, preferiu ser como todos os outros, sem nada que o distinga dos quinze que o precederam. Já o Washington Post, quando ouviu Obama falar num “cachorrinho na Casa Branca”, julgou que o Presidente-eleito se estava a referir a uma possível nomeação de Al Gore.

Depois de derrotados, os membros do ticket republicano regressam agora aos seus lugares de origem. John McCain volta ao Senado e Sarah Palin ao Saturday Night Live. Palin, que tem também um pequeno passatempo no governo estadual do Alasca, tem sido referida como uma possível candidata às presidenciais de 2012. Mas Palin já negou essa possibilidade, dizendo que nessa altura vai preferir passar bons tempos com os netos.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

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