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«O futuro empresarial não se avizinha fácil»

Nerga aposta na formação de empresários para os encaminhar para negócios mais ajustados à economia distrital

Para o presidente da Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA), Teixeira Diniz, vivem-se actualmente «períodos conturbados» neste sector no distrito, mas o futuro também «não se avizinha fácil». A economia débil, a contenção de custos e as escassas medidas práticas do Governo são algumas das causas apontadas para esta situação.

A Guarda tem sofrido nos últimos anos os problemas do país, «talvez mais do que as outras regiões», adianta Teixeira Diniz, em parte devido à sua débil economia. O Nerga «pouca ou nenhuma influência» possui sobre o funcionamento das empresas e muito menos pode impedir as sucessivas falências, por isso intervém na área da formação «encaminhando» os empresários e os seus colaboradores para alguns programas que sirvam para os manter no ramo ou, eventualmente, para levar a que descubram outros mercados mais competitivos. Nesse sentido, «já há alguns casos de empresários bem sucedidos que inverteram o negócio para subsistir nestes tempos conturbados», refere o presidente do Nerga. No entanto, o engenheiro receia que os vários programas de apoio criados pelo Governo para o emprego e a formação profissional possam «dar frutos tarde demais». Estão nesse rol o Plano de Intervenção para a Beira Interior (PIBI), adoptado há quase um ano com o objectivo de minorar as consequências sociais do desemprego, bem como o Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD). «Ainda são apenas medidas, pois não vemos nada em termos práticos», lamenta.

Mas nem tudo é pessimismo, já que também há no distrito algumas «raras excepções» de «boas empresas», ressalva o presidente do Nerga, que têm conseguido resistir graças à sua estrutura e ao seu funcionamento. Contudo, como a grande maioria são pequenas e micro-empresas que «sofrem com maior intensidade as flutuações de mercado e económicas, o futuro também não se avizinha fácil», avisa. Nos últimos anos têm sido várias as empresas que já fecharam portas, enquanto outras estão em vias de encerrar, no entanto, continuam a aparecer alguns empresários com interesse em investir. «Há casos em que se está a tentar concretizar negócios, mas os seus proponentes têm encontrado alguns obstáculos, nomeadamente em termos de disponibilidade de locais de instalação e de pessoal qualificado», explica. Até lá, Teixeira Diniz espera que a retoma também chegue à Guarda no próximo ano e coloca o futuro empresarial da Guarda no projecto da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE), cuja importância para o desenvolvimento da região parece ser inquestionável: «Vai ser uma alavanca muito grande para a nossa economia», acredita o presidente do Nerga, para quem o distrito tem boas potencialidades para serem devidamente aproveitadas. É o caso dos granitos, um recurso ainda pouco explorado, mas também a logística proporcionada pela localização geoestratégica da Guarda e o turismo.

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