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O Fóssil

Bilhete Postal

Testemunhei durante algum tempo a força da incongruência e a força da incapacidade. Sempre me causou incómodo a inoperância e as regras para obrigar as pessoas ao trabalho. A exigência e a determinação de quem manda foi substituída por objectos de verificar horas, objectos de compor listas e etiquetar. Não há nenhum erro em cumprir procedimentos e nomeá-los com códigos e cumprir regras com código de barras. O maior dos erros é, no entanto, o facto de existir incapacidade em quem manda. Creio que nem todos nasceram para dirigir e creio vivamente que quem comanda não aprende na escola: nasce-se para, ou não! Ensinar a mandar é como ensinar a ser mãe. Há mil maneiras de o ser e muitas não vestem amor. Ora, maternidade é amar e se alguém é mãe e não ama… ponto. Não é mãe! Como dirigir é exigir e dirigir é marcar objectivos. Não tendo objectivos e não criando fronteiras de comportamento não há mando. Quem manda chega a horas e trabalha. Quem manda define comportamentos. Se não se faz nada disto não se manda. Ponto. Disto falamos aquando da falta de exigência nos programas contra a droga, nos programas contra a pobreza, na protecção de menores, nas regras da imprensa e dos media, nos salários de directores de empresas públicas e seus desempenhos.

As pessoas que gerem tem de ser escolhidas de um padrão e nunca de um conjunto de favores. E tudo isto vem a propósito da saúde e das escolhas para protagonizar as mudanças na saúde. Com alguns destes fósseis não vamos longe.

Por: Diogo Cabrita

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