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O fado bailado

A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo apresenta “AmarAmália” no TMG

O grande auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG) acolhe sábado à noite “AmarAmália”, um espectáculo de dança contemporânea em homenagem ao fado e à voz que o tornou universal. Trata-se de uma produção da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, com coreografia de Vasco Wellenkamp – que já vai na quarta versão – e integra música original de Carlos Zíngaro e fados cantados por Amália Rodrigues, como “Povo que lavas no Rio”, “Barco Negro”, “Abandono” e “Prece”.

Uma banda sonora a partir da qual o coreógrafo e director da companhia soube encontrar, para cada um dos temas, as exactas atmosferas, jogando numa dança teatral magoada e carregada de dramatismo. O espectáculo é uma visão «estritamente poética» de Amália e do fado, da sua verdade emocional e força dramática, refere Vasco Wellenkamp no texto de apresentação do espectáculo. «Este meu fado será, sobretudo, uma homenagem à voz de Amália que se fez lamento, dor e pranto do nosso povo», sublinha o criador. “AmarAmália” é o título genérico de uma trilogia encomendada ao coreógrafo, entre 1990 e 1994, sobre o tema do fado para três das maiores companhias europeias de dança contemporânea, o Ballet do Grand Théatre de Genéve (Suíça), a Companhia de Bailado do Teatro Nacional da Croácia e o Ballet Gulbenkian (Portugal). O processo de trabalho com cada uma foi idêntico em tudo: os fados escolhidos foram inscritos numa malha musical formada por uma colagem de diversos compositores e cada tema da trilogia deu lugar, na sua aparência coreográfica, à expressão de um sentimento de vida incerta: a tristeza, a separação, a estranheza, as flutuações do destino e das paixões humanas. Catarina Carvalho, Cláudia Sampaio, Emilio Cervelló, Gustavo Oliveira, Giuseppe Barsalona, Guzmán Rosado, José Roman, Liliana Mendonça, Patrícia Henriques, Ricardo Teixeira, Rita Judas, Rita Reis, São Castro, Stephan Ehrlich, Susana Lima e Vânia Vaz são os interpretes desta criação.

A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo foi fundada em 1999, sob a direcção artística de Vasco Wellenkamp e de Graça Barroso, com o apoio do Ministério da Cultura e das autarquias de Lisboa e Cascais. Desde a sua criação, tem apresentado, com regularidade anual, espectáculos em todo o território nacional. No plano internacional, estreou-se em Abril de 1999 no Festival de Niterói (Brasil), no âmbito das Comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos. Do seu reportório fazem parte obras de coreógrafos portugueses e estrangeiros, destacando-se entre eles Vasco Wellenkamp, Nils Christe, Rui Lopes Graça, Rita Judas, Gagik Ismailian, Henri Oguike, Nathalie Bard, Tíndaro Silvano, David Fielding, Rami Lavi e Darshan Singh Buhller.

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