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O “escritor de canções” regressa ao TMG

Sérgio Godinho atua sábado à noite na Guarda no âmbito da digressão do seu último álbum, intitulado “Mútuo Consentimento”

Sérgio Godinho está de regresso ao TMG no sábado à noite com “Mútuo Consentimento”, o seu último trabalho editado 40 anos depois de “Os Sobreviventes”, o primeiro LP da carreira do cantautor.

Lançado em setembro do ano passado, o disco surge cinco anos depois de “Ligação Directa” e inclui 11 novos temas, todas deste “escritor de canções”, como se definiu um dia. “Mútuo Consentimento” traz ainda algumas parcerias e colaborações inéditas com Bernardo Sassetti, Noiserv, Francisca Cortesão (aka Minta), o percussionista António Serginho (Foge Foge Bandido) e a Roda de Choro de Lisboa. Este concerto faz parte da digressão de lançamento do disco, mas em palco, com a sua banda “Os Assessores”, Sérgio Godinho tocará novas e velhas canções que o tornaram um ícone da música portuguesa. O seu público é composto por várias gerações e gente de diferentes vivências e aspirações, sinal de que os seus temas são intemporais e assertivos. Com mais de 20 discos gravados, muito pouca gente não terá ouvido canções de álbuns como “De pequenino se torce o destino” (1976), “Canto da boca” (1981), “Os amigos de Gaspar”(1988), “Domingo no Mundo” (1997), “Afinidades” (2001), “Irmão do meio” (2003) ou “Ligação Directa” (2006).

É por isso incontornável que no espetáculo de sábado Sérgio Godinho recorde temas que já são clássicos e banda sonora de sucessivas gerações, como “O primeiro dia”, “A Noite passada”, “Arranja-me um Emprego”, “Com um brilhozinho nos olhos”, “Liberdade” ou “É terça-feira”. E, claro está, músicas de “Mútuo Consentimento”, como “O Acesso Bloqueado”, “Bomba-Relógio”, “Eu Vou a Jogo” ou em “Em Dias Consecutivos”. Nascido em 1945 no Porto, Sérgio Godinho é um dos grandes nomes da música portuguesa. Além de autor, compositor e cantor é, um pouco à imagem do personagem da sua música “O Homem dos 7 Instrumentos”, artisticamente multi-facetado, sendo ator com diversas participações em filmes, séries televisivas e peças teatrais, dramaturgo, com assinatura de algumas peças de teatro e ainda realizador, entre outras atividades. Saiu de Portugal aos 20 anos por causa da guerra colonial, permanecendo lá fora nove anos.

Em Paris, integrou o elenco do musical “Hair” e esboçou as suas primeiras músicas, tomando contacto com outros músicos portugueses, como José Mário Branco, Zeca Afonso e Luís Cília. Passou ainda por Amsterdão, Brasil e Vancouver. Em 1971 colaborou no primeiro álbum a solo de José Mário Branco, “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, e concretizou a sua estreia discográfica ao gravar, em solo francês, o LP “Os Sobreviventes”. Gravou ainda no exílio o álbum “Pré-histórias” (1972). Ainda que constantemente censurados, estes álbuns conseguiram alcançar popularidade entre o público português no ano seguinte, tendo inclusivamente a imprensa premiado Sérgio Godinho como “Autor do ano” e “Os Sobreviventes” como “Disco do ano”. Quarenta anos depois, o músico continua a surpreender pela atualidade e pertinência da sua obra.

Músico escreveu a banda sonora de várias gerações ao longo de 40 anos de carreira

O “escritor de canções” regressa ao TMG

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