Primeiro, estão a desaparecer as pessoas. O índice de envelhecimento disparou já na nossa região para 253 idosos (com mais de 65 anos) por cada 100 jovens (com menos de 15 anos). Em 1960, para estabelecermos um termo de comparação, havia muito mais jovens do que velhos e nem se imaginava ser possível o que está a acontecer agora. Depois, o deserto do Sahara parece disposto a chegar ao sul da Europa. Os verões são cada vez mais quentes e os invernos cada vez mais secos.
Poderíamos pensar, perante isto, que tem de ser feita alguma coisa, e com urgência, para evitar a catástrofe. Alguns pensariam em incentivos à natalidade, à reflorestação, à produção de energia limpa, em estratégias para o longo prazo, em que se fixassem as populações e se tentasse atrair gente de fora. No fundo, em soluções para assegurar um futuro aos nossos filhos e netos, senão à nossa própria geração.
Há quem pense, aparentemente, de modo diferente. A Câmara da Guarda, por exemplo, parece preferir a hipótese do deserto. Por isso insiste em cortar as árvores da cidade e convida para o nosso Natal, em lugar de honra, uma assembleia de camelos.
António Ferreira
Advogado
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