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«O Clube de Ciclismo quer unir todos os praticantes da Guarda e divulgar a cidade»

Cara a Cara – Pedro Nobre

P – Como surgiu a ideia de criar uma associação de ciclismo na Guarda?

R – Atendendo ao elevado número de praticantes que a Guarda tem, nas mais diversas modalidades de ciclismo, atendendo ainda ao facto de que em muitas provas de ciclismo realizadas pelo país participam muitos ciclistas do nosso concelho, que correm como individuais, um grupo de 24 pessoas amantes do ciclismo resolveu reunir-se e formar o CCG – Clube de Ciclismo da Guarda, de forma a unir todos os praticantes e levar o nome da Guarda aos quatro cantos de Portugal.

P – Quais os objetivos da coletividade e que atividades vai desenvolver?

R – O principal é a formação, divulgação e organização da prática do ciclismo em todas as suas vertentes. Desejamos promover a prática de um desporto com a possibilidade de estar em contacto com a natureza, conhecer locais que, de outra forma, seriam quase inacessíveis. Numa primeira fase, o CCG pretende realizar eventos que promovam a prática da modalidade. Na cidade temos praticantes desde os 3 ou 4 anos até aos 70, pelo que consideramos importante disponibilizar atividades e percursos para todo(a)s. Também temos o objetivo de mostrar a nossa cidade aos muitos praticantes não só de Portugal, como do mundo. Poucas são as entidades públicas com conhecimento efetivo dos números envolvidos na prática desta modalidade. Números oficiais de 2012 apontavam para 20,3 milhões de viagens/ano com pelo menos uma noite de pernoita, isto a nível mundial. No mesmo ano em Portugal eram 70 mil, com um crescimento estimado de 4% ao ano, a Alemanha 4,6 milhões, França 4 milhões. A estimativa é que estes viajantes tenham gasto 8,9 mil milhões de euros. As previsões de 2015 é que já terão sido 23 milhões de viajantes a gastar 10 mil milhões… A Guarda tem todas as condições para conseguir uma pequena fatia destes números. De futuro, planeamos a construção de um centro de BTT e Enduro, tornar a VICEG ciclável, o que será extremamente fácil, pois bastará retirar as placas que proíbem a circulação de velocípedes nessa via.

P – Formar uma equipa amadora de ciclismo é um dos objetivos? Ou a associação vai dedicar-se apenas à organização de provas e de passeios?

R – A médio prazo o CCG pretende formar uma equipa de ciclismo amadora, sem, no entanto, e de momento, nos focarmos na, ou nas modalidades. Terá que ser um percurso a consolidar com o tempo, a realização de passeios/provas será também uma forma de financiamento do clube, de forma a dar-se a conhecer e, assim, poder cativar entidades e empresas patrocinadoras. Na Guarda residem vários atletas que, por não existir um clube na cidade, tiveram e têm que correr por clubes de outras localidades como Fundão ou Seia. Temos ciclistas que têm levado bem alto o nome da Guarda, em várias modalidades e a vários níveis. David Rodrigues, atualmente profissional a correr na equipa da Rádio Popular, ganhou uma prova da Taça do Mundo de XCO Juniores em Espanha, foi Campeão Nacional XCO sub-23, camisola branca na volta a Portugal em 2014 e ganhou muito recentemente uma prova da Taça de Portugal. João Rodrigues ganhou a Taça de Portugal Enduro em 2015, em 2007 e 2008 foi campeão nacional de Downhill Urbano. Alexandre Guilhoto é uma referência do ciclismo regional tendo ganho o Regional XCO em 2013 e 2014, os Campeonatos Regionais de Maratonas em 2015 e 2016, foi segundo na mítica prova Transportugal 2016 e em 2014 ganhou a etapa da Volta a Portugal destinada a ciclistas amadores. Como se pode ver, temos pessoas muito válidas, verdadeiras mais-valias que podem ensinar muito destas modalidades a jovens que queiram praticar ciclismo.

P – A associação já tem corpos sociais e estatutos?

R – O CCG já existe formalmente, com estatutos e regulamentos internos. Os corpos sociais são: Jorge Mendes, presidente da mesa da Assembleia; José Gaspar Lopes, primeiro secretário; Luís Marques, segundo secretário; Leonel Castro, presidente do Conselho Fiscal; António Quinaz e Paulo Costa, secretários; Pedro Nobre, presidente da direção; João Marujo, vice-presidente; Marco Martins, secretário; Alexandre Guilhoto, tesoureiro; Ricardo Cruto, vogal; e Nuno Monteirinho e David Rebelo, suplentes.

P – Tem uma ideia de quantos praticantes de ciclismo, nas suas diversas variantes, há na região? E de equipas organizadas?

R – Não é fácil quantificar o número de praticantes de ciclismo na nossa área, até porque teríamos de classificar a frequência com que praticam esta modalidade. Não duvidamos das milhares de bicicletas que se encontram nas garagens, no entanto, com prática regular deveremos ser entre 500 a 600, sendo que, normalmente, muitos são os que de Inverno optam pelo BTT e no Verão preferem a estrada. Na Guarda existe a equipa Marques & Pereira/Garbike/Os Beirões, que participa no Campeonato Nacional de Ciclismo de Estrada Amador, por onde corre o campeão nacional Master 35 João Mariano. As equipas de ciclismo organizadas mais próximas são de Seia e do Fundão.

Perfil:

Presidente do CCG – Clube de Ciclismo da Guarda

Idade: 47 anos

Naturalidade: Aveiro

Profissão: Empresário

Currículo: Presidente do Clube Motociclismo da Guarda 2004/07

Livro preferido: “Afonso – o conquistador”, de Maria Helena Ventura

Filme preferido: “Master and Commander”, de Peter Weir, e “Último Samurai”, de Edward Zwick

Hobbies: Andar de bicicleta, fotografia e vinhos

Pedro Nobre

Sobre o autor

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