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O ano em que “as vacas não voarão”

Opinião – O que esperar de 2017

O nosso distrito precisa de investimento e de emprego como de pão para a boca. São estas as chaves mais poderosas para superar os nossos problemas estruturais de maior relevo: a baixa natalidade e os desequilíbrios territoriais.

Sem nenhuma profecia da desgraça ou desejo de crise grave, é muito improvável que 2017 marque uma viragem assinaladamente positiva nas tendências das últimas décadas. Não dependemos maioritariamente de nós. A instabilidade internacional e, em especial, a europeia, com o impacto do Brexit, a nova liderança dos EUA e as eleições importantes em França, na Alemanha e na Holanda, podem ter uma ressonância tão forte e alastrante que dificilmente deixarão imune e descansado o nosso país e ainda em maior grau as regiões menos povoadas. No que depende da governança doméstica, a do Terreiro do Paço, o otimismo não é palavra de ordem. A economia continuará anémica, o investimento não arrancará (o público até decrescerá), o crescimento será menor que em 2015, a desconfiança de quem está lá fora não se inverterá e os juros da nossa divida, hoje já a níveis preocupantes, inversamente proporcionais aos espanhóis, podem resvalar para a necessidade de um outro pedido de assistência.

Resta-nos o impacto do Portugal 2020, com os novos projetos que vão nascer, a força e a coragem dos empresários e trabalhadores que heroicamente por cá lutam todos os dias e a capacidade de liderança e de afirmação dos agentes políticos locais, que, sem baixar os braços e em ano de eleições autárquicas e de novos ciclos, tudo terão de fazer para transformar o futuro da Guarda num presente em que valha a pena viver.

Carlos Peixoto

Deputado do PSD na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda e presidente da Distrital do PSD da Guarda

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