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O “amoricano”

Saliências

O “amoricano” emigrou para New Jersey e por lá lavou escada, pintou paredes, esfregou chão, até que um dia fez seu pequeno negócio que lhe rendeu muitos dólares. Veio das Américas comprar uma casinha e depois comprou seus pertences. O “amoricano” fez as invejas do povo e as indelicadezas da gente fina. Havia sempre uma piada, uma crítica, um detalhe a apontar. A casa do rapaz era imensa e cheia de cores. O carro era grande e vermelho vivo. José passou a James e entornou seu sucesso pela terra dos pais. Actualmente viaja entre os dois mundos com dólares na mão e anéis nos dedos. Claro que “amoricano” não é deles nem nosso existindo no limbo dos preconceitos e na varanda das vaidades. O seu sonho agora é ser presidente de uma Câmara ali no interior de Portugal. Já tem um clube, já tem um jardim, já fez sua fábrica e agora que o bancário se levanta à sua chegada, que o empregado de mesa lhe chama doutor, James só tem um fim. A política. Ele anda por aí.

Por: Diogo Cabrita

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