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Nuno Melo quase despercebido na Guarda

Candidato do CDS às Europeias chegou ao final do dia e sem Paulo Portas, como estava anunciado

Passou quase despercebida a passagem pela Guarda do cabeça-de-lista do CDS às europeias na passada quinta-feira. Nuno Melo chegou sozinho ao final da tarde – Paulo Portas ficou pela Covilhã – e já passava das 19 horas quando se aventurou pelas ruas da cidade para contactar com os guardenses. O resultado não foi muito animador, já que o candidato cruzou-se com pouca gente, as excepções aconteceram na esplanada da Madrilena – onde, na véspera, Vital Moreira reencontrou os amigos Abílio e Marília – e no Café Central. Ali pareceu jogar em casa e quase se cruzou com Joaquim Canotilho, que tinha saído pouco antes da sua chegada.

Curiosidades à parte, Nuno Melo sublinhou aos jornalistas as «algumas grandes diferenças» que separam os centristas das candidaturas de PS e PSD. «Vital Moreira e Paulo Rangel dizem-se federalistas, nós somos europeístas, mas não federalistas, pois acreditamos numa Europa de Estados e que a identidade de Portugal com mais de oito séculos de história não se dilui só porque aderimos a essa imensidão global que é agora a União Europeia (UE)», adiantou. Outro exemplo prende-se com o Tratado de Lisboa, pois o CDS defendeu o referendo, ao contrário dos dois maiores partidos portugueses. «Também temos reservas em relação à adesão da Turquia à UE, Vital Moreira e Paulo Rangel não», prosseguiu o candidato, garantindo também que o malfadado imposto europeu referido pelo cabeça-de-lista socialista não deveria surpreender o social-democrata. «Em boa verdade, um imposto europeu é aquilo que o federalismo europeu um dia necessariamente implicará», garante, lembrando que os seus adversários são ambos federalistas.

Em termos de objectivos, Nuno Melo considera um «bom resultado» manter ou até aumentar o número de eurodeputados eleitos pelo CDS, embora reconheça que será difícil face à redução do número de eleitos portugueses. Entretanto, sempre vai apelando à necessidade de mudança e renovação dos protagonistas na cena política nacional. Nesse sentido, lamenta que os partidos não sejam os primeiros a «dar o exemplo» em tempos de crise, gastando nestas eleições cerca de quatro milhões de euros. «A crise é grande, não há dinheiro para as famílias e para as empresas, mas há para os partidos desperdiçarem em calendários, em porta-chaves e outdoors. Serão precisos quase quatro milhões de euros para, em eleições europeias, se fazer campanha? Como vai ser nas legislativas?», questiona o cabeça-de-lista, que admite ser conhecido pelo seu trabalho enquanto deputado e na comissão de inquérito ao caso BPN.

CDS tem novo candidato à Câmara da Guarda

A líder da concelhia do CDS-PP da Guarda, Isabel Metello, garantiu na passada quinta-feira que o partido já tem um novo cabeça de lista à Câmara Municipal e que não foi uma possível coligação com o PSD que levou à desistência de Ricardo Santos, mas sim motivos pessoais.

Ricardo Santos, apresentado em Fevereiro pelo próprio Paulo Portas, «vai ter de se ausentar da Guarda», justificou Isabel Metello, em conversa com os jornalistas, à margem da visita do candidato dos centristas ao Parlamento Europeu, Nuno Melo. «Não foi por causa da eventual coligação com o PSD que o engenheiro Ricardo Santos se retirou», afirmou a líder da concelhia, ao assegurar que já existe uma lista candidata. «Ele (Ricardo Santos) não é insubstituível», disse ainda. Relativamente a uma aliança com a candidatura social-democrata encabeçada por Crespo de Carvalho, Isabel Metello referiu terem decorrido seis a sete reuniões entre os dois partidos, mas rejeitou a ideia de coligação. «O motivo pela qual não não fizemos uma coligação com o PSD é que sempre dissemos que não seríamos a muleta de ninguém», acrescentou. Isabel Metello não adiantou data para a apresentação do novo candidato, que revelou apenas ser da Guarda.

Luis Martins Deputado cruzou-se com poucos guardenses na passada quinta-feira

Nuno Melo quase despercebido na Guarda

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