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Novos Marcianos

mitocôndrias e quasares

Vivemos actualmente uma situação internacional bastante incerta ao nível económico, político e social. Depois dos atentados de 11 de Setembro o Mundo ganhou uma nova dinâmica geoestratégica global, reorganizando-se segundo um novo prisma. As questões de segurança passaram para a ordem do dia, tendo sido feito um grande investimento por parte de cada país para tornar este planeta mais seguro.

Uma das maiores ameaças que atingem a Terra neste momento é a ameaça de um ataque nuclear que pode dizimar a raça humana, pondo fim à nossa existência e à do próprio planeta.

Esta visão do apocalipse é partilhada por importantes personalidades mundiais de várias áreas do conhecimento, tendo esta semana sido acrescentada uma nova personalidade – Stephen Hawking. Numa recente entrevista, este físico teórico da Universidade de Cambrige defende que a preservação da espécie humana, de um possível ataque nuclear ou de um choque da Terra com um asteróide, deve ser feita através da colonização de planetas dentro e fora do Sistema Solar.

Esta ideia de Stephen Hawking pode parecer demasiado futurista ou mesmo irreal, contudo esta semana duas outras notícias vieram apoiar o pensamento de Hawking. A primeira foi a intenção por parte da NASA de construir uma colónia permanente para astronautas que servisse de apoio para futura expedições a outros planetas. Este projecto deverá estar pronto por volta do ano 2020, e tem como primeiro objectivo, apoiar uma possível missão tripulada a Marte.

A segunda noticia foi a captação de fotografias por parte da sonda Mars Global Surviyor de depósitos recentes em ravinas de Marte, que podem ter sido transportados por um curso de água há menos de sete anos. Estas observações são a mais forte evidência até à data de que água ainda flui ocasionalmente na superfície do planeta. A presença de água é condição fundamental para a existiência de vida, pelo que esta nova descoberta reforça a ideia de ser possível encontrar vida microbiana em Marte.

As imagens agora apresentadas são as primeiras a revelar material recentemente depositado e aparentemente arrastado por fluidos após as imagens anteriormente obtidas da mesma região. Os dois locais estão dentro de crateras, uma localizada em Terra Sirenum, e a outra em Centauri Montes, na região Sul de Marte. Este estudo foi um trabalho exaustivo de comparação entre fotografias tiradas ao longo dos últimos anos de diferentes regiões de Marte.

Caso se confirme a presença de água na superfície de Marte, esta permanece muito pouco tempo na superfície, em virtude de neste planeta a atmosfera ser tão ténue e a temperatura tão baixa que água na forma líquida não persiste na sua superfície: rapidamente evapora ou congela.

Os investigadores propõem que a água pode permanecer líquida o tempo suficiente para que, após surgir de uma fonte subterrânea, possa carregar os sedimentos ao longo da ravina, antes de congelar totalmente. Os dois depósitos recentes têm um comprimento de algumas centenas de metros.

Estes três factos são independentes uns dos outros, contudo quando analisados em conjunto revelam uma nova linha de investigação e pensamento para a exploração de novos mundos do século, que é a exploração espacial.

Por: António Costa

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