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Novo responsável da CCDRC questiona aplicação de verbas

Alfredo Marques lamenta falta de avaliação dos custos e benefícios gerados por estes investimentos

O novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC) do Centro, Alfredo Marques, criticou segunda-feira a aplicação dos fundos comunitários em Portugal, admitindo que não foi feita uma avaliação dos custos e benefícios dos investimentos. «Resta saber se fizemos sempre, verdadeiramente, aquilo que mais nos convinha fazer com esses recursos financeiros ou se nos deixámos em parte distrair pela facilidade com que se tornou possível financiar investimentos», disse, em Coimbra, na cerimónia da sua posse.

Enfatizando a hipótese de «distracção» no aproveitamento das ajudas estruturais da União Europeia (UE) desde que Portugal aderiu à comunidade, há 20 anos, o presidente da CCDR-Centro sugeriu que os responsáveis nacionais não terão efectuado «a avaliação dos custos e benefícios» dos investimentos. «Não apenas aquela a que as regras europeias nos obrigam, mas aquela que deveria corresponder a uma verdadeira preferência nacional ou regional», sublinhou. Perante o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia, que presidiu à sessão, Alfredo Marques frisou, no entanto, que Portugal «só passou a ter uma política estrutural e regional digna desse nome após a adesão» à UE. «A par dessas boas ou excelentes realizações, de que podemos orgulharmo-nos, tem também havido alguma passividade e falta de originalidade na aplicação destes recursos», disse. Alfredo Marques exortou por isso entidades públicas e privadas a prepararem a política regional para a próxima fase de intervenção dos fundos estruturais (2007-2013) num novo «patamar de exigência».

Na sua opinião, a região Centro vive hoje uma situação económica e social «pouco confortável», com um produto interno produto (PIB) por habitante «ainda muito afastado» da média da União. «A estagnação económica, ou um fraco crescimento continuado, não são, contudo, uma fatalidade a que tenhamos que nos resignar», considerou, num tom mais optimista. A nova equipa directiva da CCDRC é ainda composta pelos vice-presidentes José Gaspar Martins, Alfredo Pires Simões e Teresa Margarida Pratas Jorge.

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