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Novo quartel da GNR da Guarda continua na gaveta

Comandante do Comando Territorial revela que se perdeu uma oportunidade em 2013 e que neste momento só há duas alternativas: «Ou é o Estado a investir ou será a Câmara da Guarda, mas em ambos os casos é muito pouco provável»

A construção do novo quartel da GNR da Guarda está cada vez mais longe de ser uma realidade. «No ano passado perdeu-se uma oportunidade de usar fundos do QREN porque a opção não foi aceite pela União Europeia. Infelizmente, o próximo Quadro Comunitário de Apoio não prevê afetar verbas para este tipo de infraestruturas», adianta o comandante do Comando Territorial da Guarda.

Nestas condições, o tenente-coronel José Gomes só vê duas alternativas, «ou é o Estado a investir ou será a Câmara da Guarda, mas em ambos os casos é muito pouco provável». Num encontro com os jornalistas na semana passada, o comandante reiterou que «a crise» veio adiar a realização de obras na sede do comando e no quartel de Vilar Formoso, os dois casos «mais preocupantes». Na Guarda, as instalações «não estão adequadas às condições climatéricas da cidade» e têm, nomeadamente, infraestruturas elétricas e de saneamento «muito antigas», apontou, acrescentando que o espaço tem sido alvo de obras de recuperação desde 2012. «No ano passado foram gastos 200 mil euros em trabalhos de remodelação, mas em 2014 será mais difícil porque orçamento foi reduzido. O problema é que têm mesmo que se fazer», alertou José Gomes, para quem este é o principal problema da GNR na Guarda.

Adiada há mais de 20 anos, esta obra voltou à “estaca zero” em junho passado depois do Ministério da Administração Interna ter desistido, devido a restrições orçamentais, de construir um quartel de raiz no terreno cedido pela autarquia junto ao parque industrial. Problemas de infraestruturas à parte, o tenente-coronel José Gomes considera que «não há a mínima justificação para que as pessoas se sintam inseguras no distrito», pois os índices de criminalidade registada, em termos de valores e consequências, são «bastante inferiores» à média nacional. «Em 2013, a GNR registou 53 ocorrências de criminalidade violenta, tantas quantas as verificadas nos distritos de Setúbal ou do Porto num ou dois dias», exemplificou o oficial, que está em funções no Comando Territorial há um ano. De resto, o comandante assinalou um aumento de «mais de 20 por cento» de casos registados de violência doméstica no distrito, enquanto o crescimento de apreensões de armas é uma consequência da «proatividade da GNR».

Natural do concelho de Aguiar da Beira, José Gomes considera que a GNR está «muito bem» a nível dos recursos humanos, dispondo dos efetivos «suficientes» para a sua missão. A novidade é que neste Carnaval poderá haver patrulhamentos conjuntos com a Guardia Civil em Ciudad Rodrigo, localidade visitada por milhares de portugueses nesta época. «Só falta a autorização do Comando Geral da GNR», referiu o oficial.

Luis Martins «No ano passado foram gastos 200 mil euros em trabalhos de remodelação, mas em 2014 o orçamento foi reduzido», afirma o tenente-coronel José Gomes

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