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Novo mercado da Covilhã confirmado no Campo das Festas

Solução não agrada à totalidade dos comerciantes que reuniram com o executivo municipal

O novo mercado municipal da Covilhã vai mesmo ser construído no Campo das Festas, num projecto que deverá custar perto de um milhão de euros. Foi esta a informação transmitida a cerca de 50 comerciantes que na última quinta-feira reuniram com o executivo municipal, num encontro que durou cerca de duas horas e que não contou com a presença do presidente da Câmara. Apesar dos argumentos da autarquia, nem todos os lojistas ficaram convencidos com a localização definida, havendo alguns que preferiam manter-se no actual espaço.

Pedro Farromba justificou a ausência de Carlos Pinto com uma outra reunião realizada fora da cidade. O vereador começou por frisar que a ideia é «construir um espaço novo, que respeite o vosso trabalho e onde tenham melhores condições». Pedro Farromba explicou que a área de construção passa de dois mil para três mil metros quadrados e que o novo espaço vai ter nove talhos, sete peixarias, seis charcutarias, quatro floristas e sete padarias, para além «colmatar lacunas» como a inexistência de câmaras frigoríficas para peixe, de pontos de água e de electricidade em todas as bancas – bem como de separação dos fluxos de público e mercadorias sensíveis e de um local para cargas e descargas. Terá ainda um café com esplanada panorâmica, um quiosque e uma área coberta que permite a realização de eventos com a área de 2,956 metros quadrados.

Quanto ao estacionamento coberto, o autarca informou que «passa dos 40 lugares pagos actualmente para 90 gratuitos no novo mercado», salientando que a «Câmara vai fazer um esforço importante numa época de crise». Perante a crítica de um comerciante mais idoso que se mostrou contra a mudança, o vereador constatou que «o actual edifício não tem características para se adaptar às actuais condições legalmente exigidas no que concerne à higiene e à segurança», sendo que o custo de eventuais obras de adaptação no actual mercado «ascenderia a duas ou três vezes ao valor do que se vai gastar com a construção do novo». No dia seguinte, após a reunião do executivo onde o assunto foi debatido, Carlos Pinto frisou que «trabalhámos longamente sobre as hipóteses da localização do novo mercado», sendo a do Campo das Festas a que «pode reunir mais consenso».

O edil covilhanense sublinhou que o actual mercado «não tem condições» e que há, por isso, «que fazer um novo mercado». «Agora vamos ver quando e como porque é preciso assegurar a cobertura financeira. Ainda há passos para dar, o projecto final para aprovar e oportunamente, julgo que ainda este mês, vamos tomar decisões finais», disse ainda. De resto, salientou que «os principais destinatários dos mercados municipais são os consumidores», embora «evidentemente que também temos que ter interesse naqueles que estão lá a vender hoje e que amanhã podem não estar».

Actual mercado tem «valor muito afectivo»

Quanto à oposição, reconheceu que «o mercado tal e qual se encontra apresenta grandes constrangimentos, de condições de segurança, higiene, mobilidade» e que existem «problemas de estacionamento». No entanto, Victor Pereira frisa que há uma «discordância estratégica» em relação à proposta da maioria e que, em sua opinião, comete um «duplo erro»: «Por um lado, descaracterizamos e desfuncionalizamos o edifício do actual mercado. Por outro, o segundo erro é desfigurar e inutilizar definitivamente o Campo das Festas», sustentou o socialista.

Por parte dos comerciantes, José Lúcio propôs a criação de uma Comissão Consultiva que integre representantes dos vários ramos de actividade presentes no mercado e que possa acompanhar os trabalhos. «Queremos ver quais são as funcionalidades da praça em si porque há defeitos que se podem tirar, que os arquitectos põem mas não são funcionais e como não são funcionais mais vale darmos a nossa opinião», sublinhou, reconhecendo que o mercado novo «é sempre a melhor ideia, nada de requalificações ou de adaptações porque estamos fartos que gastem ali dinheiro e as soluções são as mesmas».

Em oposição, José Manuel Amarelo era um dos que preferia que o mercado continuasse no local onde está, até por ter «um valor muito afectivo e sentimental» para quem, como ele, nasceu e cresceu no mercado. No entanto, dadas as explicações acabou por se “render”: «Não havendo outra hipótese haver um mercado é sempre bom. Sempre defendi que o mercado municipal deve ser na parte histórica da cidade», reforçou.

Ricardo Cordeiro Cerca de 50 comerciantes estiveram reunidos duas horas com a autarquia

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