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Novo mapa judicial passa mais um “teste”

Mais de cem autarcas estiveram na Assembleia da República, na sexta-feira, como forma de protesto contra o encerramento de tribunais

Manuel Fonseca, presidente da Câmara de Fornos de Algodres, foi um dos cerca de cem autarcas presentes, na sexta-feira, na Assembleia da República, onde foi discutido o novo mapa judicial, após os pedidos de apreciação parlamentar, como forma de protesto contra o encerramento de tribunais. Fornos e Mêda são os dois concelhos do distrito da Guarda, cujos tribunais devem fechar a 1 de setembro, data da entrada em vigor do novo mapa, enquanto o Sabugal passa a secção de proximidade.

No rescaldo da sessão, Manuel Fonseca mostrava-se indignado com a posição de deputados eleitos pelo círculo da Guarda: «A atuação dos deputados do PSD é vergonhosa», disse o edil a O INTERIOR, reiterando que «há disciplina de voto, mas os deputados dos distritos afetados explicaram porque votaram contra e dos deputados da Guarda não houve reação». O presidente da Câmara de Fornos deixou para mais tarde novos comentários relativamente à decisão da AR, que chumbou as propostas de interrupção da reforma com os votos contra da maioria PSD/CDS, mas afirmou ter ficado «muito triste porque é uma luta de todos e também têm de responder às populações que os elegeram», frisou Manuel Fonseca. O autarca mostrou-se incrédulo com a posição de Carlos Peixoto, Ângela Guerra e João Prata pois, «enquanto outros deputados vieram ter connosco, eles fugiram, é muito estranho», criticou.

Por seu lado, o presidente da Câmara da Mêda, que não esteve presente na sessão, afirmou que «na impossibilidade de voltarem atrás, temos aqui outro tipo de apoio», referindo-se à posição de António José Seguro, secretário-geral do PS, que «garantiu que, se ganhar as eleições, vai reabrir os tribunais», salientou Anselmo Sousa. Já em relação à posição dos deputados do PSD, o edil foi perentório: «Todos os deputados deviam defender na AR o que dizem cá fora, isto é, a manutenção de serviços nos concelhos do interior», frisou. «Lamento que o interior esteja a pagar a crise, pois devia dar-se mais importância a estas terras e o Governo está a fechar portas a parte do país», lamentou Anselmo Sousa.

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