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Novo acidente na passagem de nível da Quinta das Bertas

Câmara da Guarda vai reunir nos próximos dias com a REFER para «resolver de forma definitiva» a situação

Uma viatura ligeira de mercadorias foi abalroada por um comboio regional que fazia a ligação Guarda-Vilar Formoso na passagem de nível da Quinta das Bertas, na tarde da última quinta-feira. A composição embateu com “estrondo” na carrinha de caixa aberta onde seguia sozinho um homem, de 54 anos, que sofreu ferimentos ligeiros e teve alta no próprio dia. A linha esteve encerrada durante cerca de uma hora e meia, tendo estado presentes no local a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e os Bombeiros da Guarda, bem como elementos da Proteção Civil e da REFER.

O acidente ocorreu num acesso entre o bairro de Nossa Senhora de Fátima (Sequeira) e a localidade dos Galegos, tendo o veículo sido arrastado durante cerca de 70 metros. Um dos vizinhos da passagem de nível contou a O INTERIOR as circunstâncias do acidente: «O comboio regional até ia relativamente devagar, mas a caixa da carrinha saltou logo fora», disse o residente, que pediu para não ser identificado. «O condutor vinha do Bairro Nossa Senhora de Fátima e retiraram-no rapidamente, mas se viesse alguém no lugar do passageiro não teria sobrevivido», acrescentou. Este é o segundo acidente do género naquele local, sem guarda ou cancela, onde há quase oito meses faleceram dois trabalhadores de uma empresa de assistência e reparação de elevadores. Já em 2005 dois ocupantes de uma carrinha sofreram ferimentos ligeiros numa colisão semelhante.

«Há dois ou três anos a estrada foi alcatroada e, neste momento, está a ser uma alternativa ao principal acesso à cidade», salientou o morador, adiantando que passam por ali «dezenas de carros diariamente». Por isso, este guardense mostra-se preocupado com a situação, uma vez que «são demasiadas pessoas para as condições da estrada. Antes só dava acesso a umas quintas, mas hoje é um acesso diário para o trabalho porque não tem trânsito nas horas de ponta», alerta. Também o filho do condutor envolvido no acidente de quinta-feira destaca os perigos desta passagem de nível: «O meu pai não se lembra do acidente, mas a visibilidade ali é muito reduzida», disse Pedro Santos a O INTERIOR, constatando que, «do lado por onde vinha o meu pai há um morro e do outro um monte de terra, só se vê quase com a frente em cima da linha».

Pedro Santos diz-se desagradado com as condições do local e pede à REFER e à Câmara da Guarda que resolvam a situação: «A última vítima acabou com ferimentos ligeiros e um trauma para a vida, mas têm de tomar ações urgentes no sentido de transformarem esse “cemitério” numa passagem de nível segura», apela, receando que mais colisões se repitam na Quinta das Bertas. Ciente dos perigos do local, o vereador Sérgio Costa já tem marcada uma reunião com os responsáveis da REFER para os próximos dias. «É preciso resolver de forma definitiva esta situação», reconheceu o responsável pelo pelouro da Proteção Civil na Câmara da Guarda.

Sara Quelhas O condutor da carrinha teve apenas ferimentos ligeiros

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