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Novas Termas de Longroiva em 2007

Construção de balneário está em fase adiantada, faltando depois os arranjos urbanísticos e a mudança de serviços

A construção do novo balneário das Termas de Longroiva deve ficar concluída «em meados» de 2007, estima João Mourato, presidente da Câmara da Mêda. Posteriormente, até que a mudança para as novas instalações seja uma realidade, deverão ocorrer os arranjos urbanísticos, bem como a transferência de serviços. Deste modo, o autarca acredita que poderá estar «tudo feito» em finais do próximo ano.

O lançamento da primeira pedra do novo balneário do pólo termal de Longroiva aconteceu em Setembro de 2005, naquela que representa a maior obra «jamais feita» pela autarquia, num investimento orçado em 3,5 milhões de euros, apoiado por fundos comunitários através de uma candidatura apresentada pela AIBT – Acção Integrada de Base Territorial do Côa. João Mourato realça que se trata de um projecto «ambicioso» que deve ser encarado em três fases, sendo a primeira a construção do novo balneário termal: «Posteriormente, efectuar-se-ão os arranjos urbanísticos, para os quais já foi lançado o concurso e estamos a aguardar a publicação em “Diário da República” e de escolher uma empresa. Depois temos outra fase que é a mudança de serviços do balneário antigo para o actual», explica. Neste sentido, «eventualmente, no final do próximo ano poderá estar tudo feito», diz. No entanto, apesar de acreditar que já poderá haver «uma luz ao “fundo do túnel”» naquela altura, prefere não adiantar datas porque tudo está muito dependente do «procedimento administrativo», frisa.

«Só poderemos pôr o novo balneário a funcionar quando estiver tudo devidamente executado, desde os arranjos urbanísticos, à parte da conduta elevatória e dos equipamentos», garante. No caso do novo balneário, o edil estima que os trabalhos ficarão concluídos em meados do próximo ano, daí que o prazo de execução de 400 dias vai ser «um bocado ultrapassado», reconhece. João Mourato salienta que se trata de uma empreitada «complexa, de difícil execução e que não é de engenharia fácil», representando o «maior investimento global de sempre» em obras já realizadas pela edilidade. A empreitada assume «grande relevância e importância», na medida em que pode contribuir para «aumentar o número de visitantes no concelho», sublinha. Aliás, actualmente, entre Abril e Novembro, as Termas de Longroiva têm uma afluência média de 40 a 50 pessoas por dia. No futuro, com as novas instalações, João Mourato perspectiva que aquele número possa subir para «300 ou 400 pessoas diárias, o que representa um valor acrescentado muito grande», sublinha. Para o futuro, a autarquia ambiciona construir um hotel termal. Contudo, «ainda está tudo em aberto quanto a saber como esse projecto vai ser feito e com quem, mas certamente que terá de haver um hotel termal».

No momento do lançamento da primeira pedra do novo balneário, o autarca afirmou que ter chegado a «altura das Termas de Longroiva deixarem a “semi-clandestinidade”» em que funcionaram «até há pouco tempo», admitiu. «Conseguimos dar a volta a este processo e, neste momento, estamos a caminhar com passos seguros para a concretização final, de modo a que sejam umas grandes termas e um grande pólo de desenvolvimento do concelho e da região», realçou. O complexo em construção é composto por dois pisos e será equipado com unidades de tratamento termal e piscina, electro-terapia, sauna, jacuzzi e ginásio, bem como 20 banheiras de hidro-massagem e equipamentos para tratar doenças de otorrinolaringologia para 40 pessoas em simultâneo.

Cada banho tomado no dia 8 de Setembro equivale a oito

As águas termais de Longroiva são especialmente indicadas para o tratamento de doenças reumáticas, nervosas e de pele. Entre as diversas maleitas que podem ser tratadas destacam-se a Rino-sinusite, a Psoríase, e as Lombalgias por Espondilartrose Lombar. As águas sulfurosas que servem o actual balneário termal foram desde sempre aproveitadas pelo homem, pensa-se que desde a Pré-História e com maior utilização no período romano. Na Idade Média, as Termas de Longroiva pertenceram à Ordem dos Templários, tendo passado para a Ordem de Cristo no reinado de D. Dinis. Os banhos sempre estiveram ligados ao culto da Senhora do Torrão, padroeira da freguesia e, neste sentido, o povo até costuma dizer que cada banho tomado no dia 8 de Setembro, dia dedicado à Santa, equivale a oito. Conta-se também que a Rainha Santa Isabel ter-se-á banhado nas águas sulfurosas de Longroiva, aquando da sua vinda de Aragão para casar, em Trancoso, com D. Dinis. Na monografia “Terras da Mêda”, de Adriano Vasco Rodrigues, o historiador revela que, desde os finais do século XIX até aos anos 40 do século XX, «os banhos de Longroiva atraíam inúmeros banhistas de Trás-os-Montes, Beira Douro e Alto Douro» e que «as pessoas anémicas iam às águas férreas beber um copinho». As termas possuem um caudal permanente de 30 mil litros de água sulfurosa por hora, a uma temperatura de 44 graus centígrados, com uma equipa médica e de enfermagem a garantir a indicação terapêutica aos utentes.

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